A Café Três Marias, empresa sediada em São Paulo, reativou a unidade fabril da antiga Café Solúvel Brasília, instalada em Varginha, no Sul de Minas, e cujas atividades foram encerradas há cerca de dois anos após falência.
A Café Três Marias, empresa sediada em São Paulo, reativou a unidade fabril da antiga Café Solúvel Brasília, instalada em Varginha, no Sul de Minas, e cujas atividades foram encerradas há cerca de dois anos após falência.
Com investimentos próximos a R$ 14,7 milhões, incluindo a compra dos ativos da antiga fábrica, investimentos em reformas e compra de máquinas e equipamentos, a Café Três Marias produz café solúvel e presta serviços de aglomeração e secagem de produtos para terceiros.
De acordo com o diretor-executivo da Café Três Marias, Roberto Ticoulat, em setembro de 2015 foi efetuada a compra dos ativos da Café Brasília, incluindo o terreno, as edificações e maquinário, o que demandou investimento de R$ 12,16 milhões. Valor que foi parcelado em três vezes e é utilizado pela Justiça do Trabalho para quitação de débitos trabalhistas deixados pela antiga empresa.
Também foram aplicados R$ 2,5 milhões na recuperação estrutural da unidade e na compra de equipamentos e maquinário. Até o momento, todo o aporte foi feito com capital próprio, mas a empresa está em busca de crédito junto a entidades financeiras. O objetivo é acessar linhas voltadas para a compra de máquinas, equipamentos, capital de giro e do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé).
“A reativação da fábrica, agora propriedade da Café Três Marias, é muito importante para a cadeia do café, por ser uma forma de agregar valor à produção e ser a única de café solúvel de Minas Gerais. As expectativas são positivas em relação ao mercado, e acreditamos que assim que as questões políticas e econômicas forem solucionadas, o cenário será melhor”, disse Ticoulat.
Localizada em um terreno de 98 mil metros quadrados, sendo 16 mil metros quadrados construídos, a unidade fabril tem capacidade de torra de 20 mil sacas de 60 quilos ao mês, sendo dividida em duas torres produtivas. A Torre 1 é voltada para a produção de café solúvel, com capacidade de 500 a 600 toneladas de secagem de café ao mês. Na Torre 2 é possível produzir 250 toneladas ao mês de aglomerados e fazer a secagem de 300 toneladas de produtos. No momento, a fábrica emprega diretamente 35 pessoas e está em processo de contratação de mais 100.
Mercado externo – As operações na Torre 1 foram iniciadas ontem, com a realização dos primeiros testes. A unidade concentra a produção de café solúvel, que terá como principal destino o mercado internacional. De acordo com Ticoulat, para a produção de café solúvel serão utilizados os cafés conillon e arábica.
“Vamos fazer testes utilizando o café arábica tipo rio, que tem alta oferta no mercado e muitas vezes não tem comprador. Desta forma, vamos dar vazão a este produto. Pretendemos priorizar a aquisição dos cafés produzidos em Minas Gerais, pois assim, teremos acesso à recuperação de crédito do ICMS, que é um das principais dificuldades enfrentadas pela indústria do café solúvel”.
Antiga cliente da Café Brasília, a Café Três Marias já tem experiência na exportação do café solúvel e está retomando os contatos com antigos clientes para efetuar novos negócios. O objetivo é exportar o café para a Ásia, Estados Unidos, América do Sul e Europa. A demanda pelo produto no mercado interno é pequena. Das 21 milhões de sacas consumidas anualmente no Brasil, somente 1,5 milhão de sacas é de solúvel. Deste mercado, apenas uma empresa atende a 70% da demanda.
“Estou retomando todos os contatos e viajando para divulgar nosso projeto. Este ano já visitei clientes na Ásia, nos Estados Unidos e na Argentina. Por ser uma fábrica própria, vamos vender com muito mais segurança. O mercado interno é muito pequeno, por isso, vamos investir nas exportações”, explicou Ticoulat.
Além do café solúvel, a unidade também presta serviços a terceiros. Na Torre 2, que é menor que a Torre 1, é feita aglomeração de café e secagem de produtos, como adoçantes, xaropes, açaí, glicose entre outros.
Fonte: Diário do Comércio – Michelle Valverde