Custos de produção do café têm alta de quase R$ 75 em um ano no Sul de Minas Gerais e se aproximam de R$ 640 a saca

Está cada vez mais difícil para o produtor de café se manter na atividade sem fazer um minucioso gerenciamento dos gastos e dos lucros em suas lavouras. Está cada vez mais difícil para o produtor de café se manter na atividade sem
fazer um minucioso ger

Por: Por: Jhonatas Simião


Com o aumento dos preços da mão de obra especializada e as incertezas no cenário político e econômico do Brasil, que impactam diretamente no câmbio e, consequentemente, no valor dos insumos agrícolas utilizados no cuidado das lavouras, os custos de produção na safra 2015/16, no Sul de Minas Gerais, já se aproximam de R$ 640,00 a saca.


Mesmo com as recentes altas nos preços externos do café arábica, que favoreceram as cotações internas nas praças de comercialização do Brasil nas últimas semanas, os custos já superam os valores de negociação e preocupam o setor. “Os custos totais de produção aqui na região de Guaxupé (MG) estão em cerca de R$ 640,00 a saca de 60 kg. Levando esse valor em consideração, R$ 500,00 a saca não é um bom patamar para o cafeicultor. Essa situação é generalizada”, pondera o presidente do Sindicato Rural de Guaxupé (MG), Mario Guilherme do Valle.


Segundo ele, os valores investidos pelo produtor de café com mão de obra correspondem a mais de 40% da composição dos custos de produção. Em fevereiro deste ano, os gastos totais do produtor de Guaxupé (MG) (levando em conta mão de obra com colheita e pós-colheita, insumos, gastos gerais e depreciação), totalizaram R$ 638,64 a saca. O que representa uma alta de R$ 74,05 de um ano para o outro. Já o preço de venda ficou em R$ 451,50 a saca, em média.


Para Valle, os preços externos do café só deve esboçar reação diante de novas variáveis que possam impactar a oferta da commodity, uma vez que o mercado está bem equilibrado. “No pico da seca em 2014, o café lá fora chegou a US$ 2,70 por libra-peso e agora está de 30% a 40% mais baixo”. A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) projeta a colheita da safra 2015/16 do Brasil em 43,24 milhões de sacas. Já para este ano, a produção está estimada entre 49,13 e 51,94 milhões de sacas de arábica e robusta.





O levantamento dos custos de produção da safra 2015/16 faz parte do Programa Campo Futuro, da UFLA (Universidade Federal de Lavras), realizado em parceria com a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) e tem o objetivo de aliar a capacitação do produtor rural à geração de informação para a administração de riscos de preços, de custos e de produção na propriedade rural. A pesquisa ainda pode sofrer alterações e é realizada mensalmente em fazendas ‘modais’ de 12 cidades produtoras de café dos estados da Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Rondônia, Roraima e São Paulo. A consulta pode ser feita pelo site Canal do Produtor, da CNA: http://www.canaldoprodutor.com.br/


De acordo com superintendente comercial da Cocapec (Cooperativa de Cafeicultores e Agropecuaristas), em Franca (SP), Ricardo Lima de Andrade, a forte alta do dólar no ano passado também acabou tendo impacto nos custos de produção. “No segundo semestre de 2015, os fertilizantes e defensivos tiveram uma forte alta. O Brasil é muito dependente da importação desses produtos”, afirma. Na cidade paulista, eles correspondem a 31% da composição dos custos totais (R$ 557,51 a saca), segundo o relatório do projeto.


“Diante desses custos tão altos, o produtor deve sempre estar atento ao tripé: redução de custos, aumento de produtividade e melhora da qualidade, uma vez que o mercado pede isso. Tendo essas questões em mente, o produtor terá sucesso e rentabilidade sempre”, finaliza o presidente do Sindicato Rural de Guaxupé (MG).


Fonte: Notícias Agrícolas

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Custos de produção do café têm alta de quase R$ 75 em um ano no Sul de Minas Gerais e se aproximam de R$ 640 a saca

Está cada vez mais difícil para o produtor de café se manter na atividade sem fazer um minucioso gerenciamento dos gastos e dos lucros em suas lavouras.

Por: Por: Jhonatas Simião


Está cada vez mais difícil para o produtor de café se manter na atividade sem fazer um minucioso gerenciamento dos gastos e dos lucros em suas lavouras. Com o aumento dos preços da mão de obra especializada e as incertezas no cenário político e econômico do Brasil, que impactam diretamente no câmbio e, consequentemente, no valor dos insumos agrícolas utilizados no cuidado das lavouras, os custos de produção na safra 2015/16, no Sul de Minas Gerais, já se aproximam de R$ 640,00 a saca.


Mesmo com as recentes altas nos preços externos do café arábica, que favoreceram as cotações internas nas praças de comercialização do Brasil nas últimas semanas, os custos já superam os valores de negociação e preocupam o setor. “Os custos totais de produção aqui na região de Guaxupé (MG) estão em cerca de R$ 640,00 a saca de 60 kg. Levando esse valor em consideração, R$ 500,00 a saca não é um bom patamar para o cafeicultor. Essa situação é generalizada”, pondera o presidente do Sindicato Rural de Guaxupé (MG), Mario Guilherme do Valle.


Segundo ele, os valores investidos pelo produtor de café com mão de obra correspondem a mais de 40% da composição dos custos de produção. Em fevereiro deste ano, os gastos totais do produtor de Guaxupé (MG) (levando em conta mão de obra com colheita e pós-colheita, insumos, gastos gerais e depreciação), totalizaram R$ 638,64 a saca. O que representa uma alta de R$ 74,05 de um ano para o outro. Já o preço de venda ficou em R$ 451,50 a saca, em média.


Para Valle, os preços externos do café só deve esboçar reação diante de novas variáveis que possam impactar a oferta da commodity, uma vez que o mercado está bem equilibrado. “No pico da seca em 2014, o café lá fora chegou a US$ 2,70 por libra-peso e agora está de 30% a 40% mais baixo”. A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) projeta a colheita da safra 2015/16 do Brasil em 43,24 milhões de sacas. Já para este ano, a produção está estimada entre 49,13 e 51,94 milhões de sacas de arábica e robusta.





O levantamento dos custos de produção da safra 2015/16 faz parte do Programa Campo Futuro, da UFLA (Universidade Federal de Lavras), realizado em parceria com a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) e tem o objetivo de aliar a capacitação do produtor rural à geração de informação para a administração de riscos de preços, de custos e de produção na propriedade rural. A pesquisa ainda pode sofrer alterações e é realizada mensalmente em fazendas ‘modais’ de 12 cidades produtoras de café dos estados da Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Rondônia, Roraima e São Paulo. A consulta pode ser feita pelo site Canal do Produtor, da CNA: http://www.canaldoprodutor.com.br/


De acordo com superintendente comercial da Cocapec (Cooperativa de Cafeicultores e Agropecuaristas), em Franca (SP), Ricardo Lima de Andrade, a forte alta do dólar no ano passado também acabou tendo impacto nos custos de produção. “No segundo semestre de 2015, os fertilizantes e defensivos tiveram uma forte alta. O Brasil é muito dependente da importação desses produtos”, afirma. Na cidade paulista, eles correspondem a 31% da composição dos custos totais (R$ 557,51 a saca), segundo o relatório do projeto.


“Diante desses custos tão altos, o produtor deve sempre estar atento ao tripé: redução de custos, aumento de produtividade e melhora da qualidade, uma vez que o mercado pede isso. Tendo essas questões em mente, o produtor terá sucesso e rentabilidade sempre”, finaliza o presidente do Sindicato Rural de Guaxupé (MG).


Fonte: Notícias Agrícolas

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