Café: Com influência do financeiro, Bolsa de NY fecha em baixa pela segunda sessão consecutiva nesta 4ª feira

Com isso, a posição março/16 que chegou a US$ 1,19 por libra-peso no início da semana voltou a US$ 1,15/lb.

25 de fevereiro de 2016 | Sem comentários Análise de Mercado Mercado
Por: Por: Jhonatas Simião

O financeiro volta a pesar com força sobre o mercado do café. Nesta quarta-feira (24), as cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) caíram mais de 200 pontos nos principais vencimentos e estenderam as perdas da sessão anterior. Com isso, a posição março/16 que chegou a US$ 1,19 por libra-peso no início da semana voltou a US$ 1,15/lb.


De acordo com o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães, um misto de insegurança em relação ao crescimento chinês e a queda nos preços do petróleo azedaram de vez o humor especulativo global. “No caso do Brasil, a situação foi ainda mais complexa já que a agência de risco Moody’s rebaixou os títulos brasileiros e tirou o selo de bom pagador do país”, pondera.


O vencimento março/16 encerrou a sessão cotado a 115,05 cents/lb com baixa de 275 pontos, o maio/16 teve 117,00 cents/lb com recuo de 225 pontos. Já o contrato julho/16 registrou 118,85 cents/lb com desvalorização de 215 pontos, enquanto o setembro/16 anotou 120,50 cents/lb com 200 pontos negativos.


Com a retirada do selo de bom pagador do Brasil pela Moody’s, o dólar comercial chegou a avançar quase 1% nesta quarta-feira e voltou ao patamar de R$ 4, o que acabou contribuindo para pressionar às cotações do arábica no terminal externo uma vez que dá maior competitividade às exportações. No entanto, no final dos trabalhos, a moeda acabou fechando com queda de 0,15%, cotada a R$ 3,9568 na venda.


Para Marcus Magalhães, apesar da queda nas cotações do arábica hoje na ICE, o mercado conseguiu respeitar importantes suportes. “A sensação entre os envolvidos é de que o cenário não é de reversão de tendência, mas sim de ajustes técnicos. Continuo de opinião, independente do rebaixamento do Brasil, caso o humor global melhore, o ativo café será o primeiro a responder positivamente”, explica o analista.


Conforme informamos ontem, as agências internacionais de notícias também atribuem a queda nas cotações do arábica nesta quarta-feira à expectativa de uma grande safra 2016/17 no Brasil, uma vez que não haveria chances de um desequilíbrio entre oferta e demanda no mercado.


No cinturão produtivo do Brasil, os relatos são de que a safra que deve começar a ser colhida mais cedo neste ano tem se desenvolvido bem. De acordo com mapas da Somar Meteorologia, espera-se até sábado uma condição climática tipicamente tropical com calor e pancadas de chuva durante as tardes no Paraná, São Paulo e Sul de Minas Gerais. Já no domingo, o acumulado de chuva volta a aumentar nestas três áreas.


Mercado interno


Nas praças de comercialização do Brasil, os negócios com café seguem isolados e com os vendedores distantes do mercado no aguardo de melhores patamares. “O setor produtivo continua arredio a conversas mercadológicas deixando o dia a dia do negócio café dentro de um grande vazio”, afirma Marcus Magalhães.


O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação hoje nas cidades de Espírito Santo do Pinhal (SP) e Varginha (SP) com R$ 550,00 a saca, preço estável na primeira e alta de 1,85%. A maior oscilação no dia foi registrada em Poços de Caldas (MG) com avanço de 1,88% e saca cotada a R$ 541,00.


O tipo 4/5 teve maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 544,00 a saca e baixa de 1,81%. Foi a maior oscilação no dia dentre as praças.


O tipo 6 duro teve maior valor de negociação em Varginha (MG) com R$ 515,00 a saca e alta de 0,98%. A maior oscilação no dia ocorreu em Guaxupé (MG) com recuo de 1,97% e saca a R$ 497,00.


Na terça-feira (23), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 494,74 com alta de 0,03%.


Bolsa de Londres


As cotações do café robusta na Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), antiga Liffe, voltaram a cair nesta quarta-feira. O contrato março/16 registrou US$ 1332,00 por tonelada e queda de US$ 30, o maio/16 teve US$ 1369,00 por tonelada e recuo de US$ 28, enquanto o julho/16 anotou US$ 1398,00 por tonelada e desvalorização de US$ 29.


Na terça-feira (23), o Indicador CEPEA/ESALQ do café conillon tipo 6, peneira 13 acima, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 393,19 com queda de 0,44%.


Fonte: Notícias Agrícolas

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