Valor Online – São Paulo/SP – INTERNACIONAL – 12/01/2016
O colapso ontem nos mercados financeiros globais, reflexo da nova queda das ações chinesas, arrastou consigo os contratos futuros de café arábica negociados na bolsa de Nova York e os preços do grão no mercado interno. Na bolsa americana, os contratos de segunda posição de entrega, que vencem em maio, caíram ontem para o menor valor em quase dois meses, a US$ 1,168 a libra-peso. Em um dia, a queda foi de 440 pontos. Houve reflexo no mercado doméstico, com queda de 3,84% no indicador Cepea/Esalq do café arábica, para R$ 483,32 a saca.
O mercado futuro de café vem sendo diretamente afetado pelas turbulências ocorridas desde o início do ano em decorrência da desvalorização das ações chinesas. Desde o primeiro pregão de 2016, em 4 de janeiro, os papéis acumulam perdas de 7%, ou 920 pontos.
“A queda é reflexo do conjunto de notícias do exterior e das incertezas internas na economia”, afirmou Nelson Carvalhaes, do Escritório Carvalhaes, em Santos.
A desvalorização do mercado acionário na China tem provocado uma corrida para ativos considerados seguros, o que dá mais impulso para o dólar – além da promessa de alta de juros nos EUA. A alta da moeda americana ante o real também estimula os embarques do Brasil, que é o maior exportador global de café.
Para o primeiro semestre, a perspectiva para as exportações é uma incógnita, já que é período de entressafra e não se sabe quanto há em estoque, observou Carvalhaes. No segundo semestre, as exportações poderão ser favorecidas pelo câmbio e pela colheita da safra 2016/17, para a qual se espera uma recuperação.