Após oscilar dos dois lados da tabela durante a sessão, os futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam praticamente estáveis nesta terça-feira (12). Ainda assim, o mercado repercutiu durante o dia as expectativas de melhora na produção global da commodity, com destaque para o Brasil – que tem lavouras se desenvolvendo bem com as recentes chuvas – e o cenário macroeconômico.
O vencimento março/16 fechou a sessão com 114,35 cents/lb e o maio/16 registrou 116,70 cents/lb, ambos com queda de 10 pontos. Já o contrato julho/16 teve 118,75 cents/lb, enquanto o setembro/16 anotou 120,65 cents/lb, os dois com queda de 5 pontos.
Apesar da forte queda em Nova York ontem e do ajuste de hoje, o cenário para o café em 2016 ainda é favorável. “Se tem um produto que deve ter um ano melhor que a média de todas as commodities é o café. Não existem grandes estoques no mundo, o consumo continua crescendo e as exportações do Brasil estão boas. Com isso, os preços tendem a encontrar sustentação”, explicou o analista do Escritório Carvalhaes, Eduardo Carvalhaes.
Desde o final da semana passada as principais cidades produtoras de café do Brasil têm recebido bons volumes de chuva, cenário diferente do registrado em anos anteriores. Com isso, os operadores em Nova York estão cada vez mais otimistas em relação à produção da safra 2016/17. O IBGE, inclusive, divulgou hoje que a colheita do país neste ano pode chegar a 49,7 milhões de sacas de 60 kg, ante 44,2 milhões de sacas em 2015.
Números divulgados sobre outras origens produtoras no mercado também têm animado os envolvidos. A Colômbia registrou em 2015 a melhor safra de arábica dos últimos 23 anos e segundo algumas consultorias a produção do Vietnã também deve crescer em 2016. O país do Sudeste Asiático tem bastante café em seus armazéns, segundo informa agências internacionais.
Nesta terça-feira, acompanhando o movimento em outros mercados de câmbio, após a China intensificar seus esforços para estabilizar o iuan, o dólar comercial caiu 0,16%, cotado a R$ 4,0452 na venda. Os operadores em Nova York, em menor intensidade, também acompanharam essas informações. Nos últimos dias, a moeda das principais origens produtoras têm se desvalorizado ante o dólar, o que acaba pressionando as cotações.
Com relação ao clima, segundo mapas climáticos da Somar Meteorologia, um sistema de baixa pressão deve continuar levando chuva forte e abrangente sobre as áreas produtoras do norte de São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo.
Mercado interno
Nas praças de comercialização do Brasil, após os picos de alta na semana passada, os preços voltaram a recuar. Segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), os compradores recuaram significativamente em suas ofertas.
O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação hoje na cidade de Guaxupé (MG) com saca cotada a R$ 547,00 e queda de 0,55%. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Varginha (MG) que teve queda de 5,26% e saca valendo R$ 540,00.
O tipo 4/5 também teve maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 549,00 a saca e queda de 0,54%. A maior variação no dia aconteceu em Varginha (MG) que tem saca valendo R$ 515,00 e baixa de 2,83%.
O tipo 6 duro teve maior valor de negociação na cidade de Araguari(MG) com R$ 525,00 a saca e valorização de 5%. Foi a maior oscilação no dia dentre as praças.
Na segunda-feira (11), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 483,32 com queda de 3,84%.
Bolsa de Londres
As cotações do café robusta na Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), antiga Liffe, fecharam praticamente estáveis nesta terça-feira. O contrato janeiro/16 teve US$ 1403,00 por tonelada – estável, o março/16 registrou US$ 1446,00 por tonelada com alta de US$ 2, enquanto o vencimento maio/16 teve US$ 1476,00 por tonelada com valorização de US$ 3.
Na segunda-feira (11), o Indicador CEPEA/ESALQ do café conillon tipo 6, peneira 13 acima, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 383,28 com recuo de 0,96%.
Fonte: Notícias Agrícolas