Preço faz café do Paraná a Renacer

Curitiba, 16 de Maio de 2006 – temperaturas na região norte e noroeste do Paraná não caem a ponto de queimar as lavouras de café. Como as geadas na região são cíclicas, muitos agricultores acreditam que o fenômeno deverá ocorrer neste ano, ou no próximo, provocando pesados prejuízos ao setor.

Produtividade

Muitas áreas antigas de café pouco produtivas foram erradicadas, informa o técnico do Deral. Nesses locais foram plantadas mudas novas, com variedades mais resistentes a doenças, que deverão entrar em produção em três ou quatro anos. O Paraná cultiva a espécie arábica. As variedades predominantes são mundo novo e catuaí. De acordo com Armando Androcioli Filho, pesquisador do Iapar (Instituto Agronômico do Paraná), 80% dos novos plantios tem sido feitos com uma variedade criada pela instituição, chamada Iapar 59. “Aumentou a procura por mudas de café para renovação das lavouras. Isso indica que as perspectivas no longo prazo são boas para o setor cafeeiro no Paraná”, diz Dirlei Manfio.

Agricultura familiar

Longe das grandes propriedades e da monocultura dos anos 60, a maioria dos 13 mil cafeicultores hoje existentes no estado são agricultores familiares, que plantam o produto dentro de sistema diversificado de produção. Com isso, têm renda garantida o ano todo, com a produção de hortaliças, leite e granjas. Nos últimos dois anos, o café está sustentando as propriedades e capitalizando o produtor. Só de culturas novas, foram plantados 3,7 mil hectares, um investimento de R$ 23 milhões.

A cafeicultura foi inserida no Paraná na década de 1930 e teve sua expansão na década de 1950. Muitas cidades, como Londrina, Maringá e Campo Mourão, surgiram a partir da chegada do café. Nos anos 60, o café chegou a ter 1,8 milhão de hectares plantados no estado que chegou a produzir, sozinho, mais de 20 milhões de sacas.