SAFRAS & Mercado divulgou nesta semana uma revisão na estimativa para a produção brasileira de café de 2015. As indicações de menor oferta no mercado disponível levaram a essa revisão do número para a safra brasileira de café 2015/16. A estimativa caiu de 50,4 milhões para 49,3 milhões de sacas.
“É bom salientar que uma produção abaixo de 50 milhões de sacas para o Brasil é uma safra considerada pequena. O consumo doméstico supera as 20 milhões e as exportações, mesmo em anos de baixa produtividade, giram em torno de 30 milhões de sacas. Com isso, qualquer produção abaixo de 50 milhões de sacas é insuficiente para atender plenamente as necessidades nacionais”, comenta o analista de SAFRAS & Mercado, Gil Barabach. Nesse sentido, a revisão para baixo na safra reforça o cenário de aperto na oferta brasileira de café no atual ciclo comercial, aponta.
Barabach observa que o Brasil deve exportar entre 19 a 20 milhões de sacas na primeira metade da temporada 2015/16, o que indica uma segunda metade do ciclo de forte aperto no fluxo comercial. Os diferenciais no FOB exportação devem seguir firmes, especialmente para as descrições mais escassas. “Assim, atenção ao fluxo externo, pois o andamento das exportações serve para confirmar ou não a leitura produtiva”, adverte o analista.
Na estimativa de SAFRAS, a produção de arábica passou de 36,1 para 35,8 milhões de sacas, ajuste negativo de 0,8%. A correção mais significativa foi no conilon, que passou de 14,3 para 13,5 milhões de sacas, recuo de 5,6% em reflexo à quebra acima da esperada no Espírito Santo, devido à prolongada seca, descreve o analista.
Comercialização
A comercialização da safra de café do Brasil 2015/16 (julho/junho) está em 68% da produção total estimada, relativa ao final de novembro. O dado faz parte de levantamento de SAFRAS & Mercado. Com isso, já foram comercializados pelos produtores brasileiros 33,53 milhões de sacas de 60 quilos de café, tomando-se por base a projeção de SAFRAS & Mercado, de uma safra 2015/16 de café brasileira de 49,3 milhões de sacas.
A comercialização está adiantada contra a média dos últimos 5 anos para este período, que é de 63%. Em 2014, o mês de novembro terminou com 65% da safra comercializada. Houve, ainda, avanço de cinco pontos percentuais na comercialização da safra 2015/16 em relação ao final do mês de outubro (63%).
Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Gil Barabach, a comercialização andou bem no último mês de novembro. “Os repiques no dólar e na ICE (Bolsa de Nova York) geraram boas oportunidades aos vendedores, que aproveitaram para fechar novas posições. Mas, sem afobação na hora da venda, com negócios evoluindo de forma bem cadenciada. Mesmo porque a safra mais justa e a dificuldade com qualidade e com tamanho da peneira trabalham a favor do produtor”, comentou.
Quanto às vendas antecipadas da safra futura de 2016, Barabach coloca que, em um ritmo mais cadenciado, o comprometimento do produto com a safra 2016 gira entre 8% a 12% da sua safra esperada.
Edição: Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Agência SAFRAS