A Colômbia retomou sua liderança como porta-voz de temas importantes do setor de café e assim o demonstrou durante a Semana Internacional do Café (Sintercafé) na Costa Rica. Na ocasião, o país propôs fazer um acordo de sustentabilidade econômica com a indústria mundial, que leve em conta como peça primordial a rentabilidade do cafeicultor.
Esta proposta – que foi muito bem acolhida entre os participantes – foi apresentada pelo gerente geral da Federação Nacional de Cafeicultores (FNC), Roberto Vélez Vallejo, durante este encontro que contou com participação de representantes de México, Honduras, Guatemala, Peru e Colômbia, assim como da indústria cafeeira da América do Norte, Europa e Ásia.
“O que buscamos com esta proposta é alcançar um acordo com toda a indústria que se concretize nos níveis de preços que tornem a atividade cafeeira uma atividade rentável e sustentável economicamente para o cafeicultor, assim como é para a indústria”.
Agora e com o objetivo de consolidar esta proposta, a Colômbia a apresentará no marco da Conferência Mundial de Café, evento que será realizado pela Organização Internacional de Café (OIC) em março na Etiópia do qual participam países que representam 94% da produção mundial e mais de 75% do consumo mundial de café.
“É nosso dever proteger o meio-ambiente e as comunidades em seu conjunto; mas se a atividade de cada cafeicultor não é rentável, não sobrará meio-ambiente nem comunidades cafeeiras para cuidar no futuro, pois a cafeicultura desaparecerá”, disse o gerente geral da Federação de Cafeicultores.
Se essa medida fosse acolhida, beneficiaria diretamente mais de 22 milhões de pessoas que trabalham no processo produtivo do grão a nível mundial (2,3 milhões na América Central, 2,2 na América do Sul, 12,1 na África e 5,5 milhões na Ásia).
“Com os preços de hoje, dificilmente se pode esperar que a cafeicultura sobreviva. Estamos buscando que a indústria reconheça que o cafeicultor faz um grande esforço visando a qualidade e a sustentabilidade, que deve ser reconhecida. A viabilidade de toda a cadeia, começando na fazenda, é corresponsabilidade de todos os elos da mesma”.
Na Colômbia, 500 mil famílias se dedicam ao cultivo de café. Ainda que a extensa renovação de cafezais tenha elevado a produtividade geral e cada vez mais famílias tenham apostado na produção de cafés especiais, que as ajudam a proteger-se da volatilidade do preço internacional e de fatores externos como a taxa de câmbio, um número importante de famílias segue afetado por altos e baixos do preço internacional.
As informações são do http://www.federaciondecafeteros.org / Tradução por Juliana Santin