As pragas consideradas de maior risco fitossanitário e com potencial de provocar prejuízos econômicos foram definidas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Terão prioridade nos registros de produtos para controle a ferrugem da soja, o mofo branco, a helicoverpa armigera; a mosca branca; os nematoides; a broca do café; as ervas daninhas resistentes e o bicudo do algodoeiro.
Segundo o diretor do Departamento de Sanidade Vegetal (DSV) do Mapa, Luís Rangel, a dinâmica da agricultura e a pressão das pragas determina que o governo revise suas prioridades, a fim de disponibilizar produtos mais adequados às reais necessidades do agricultor.
“As pragas listadas incialmente nesta primeira portaria são historicamente demandadas pelas câmaras setoriais e pelos acadêmicos do Brasil. As ações implementadas hoje no Brasil precisam de uma coordenação com prioridades claras para sustentar a fitossanidade”, diz Rangel. “Entretanto, são diversas as ações que estão inseridas nos manejos das diferentes pragas, como o manejo cultural (vazio sanitário), o controle biológico e a resistência genética”.
A relação das pragas de maior risco fitossanitário foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) dessa segunda-feira (24/8).
O próximo passo, de acordo com Rangel, será a definição pelo Mapa do procedimento de levantamentos fitossanitários integrados com o Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (Suasa) para identificar as prioridades ano a ano.
Helicoverpa armigera e Broca do Café (Hypothenemus hampei)
São pragas para as quais foram declarados estado de emergência fitossanitária nos últimos anos. Por isso, é necessário um processo de prioridade para oferecer alternativas regulares e produtos para dar sustentação ao controle dentro dos princípios do manejo integrado de pragas.
Ferrugem da Soja (Phakopsora pachyrhizie)
É uma doença da soja causada por um fungo que se dissemina pelo ar e que possui grande potencial de dano. Entre as medidas de controle para a praga, estão as aplicações de fungicidas nas lavouras, que têm grande impacto no custo de produção. Além disso, ações de vazio sanitário também vêm sendo implementadas nos estados, a fim de combater a praga. A opção por defensivos sempre precisa ser revista, visando o manejo da resistência do fungo.
Mofo Branco (Sclerotinia sclerotiorum)
O mofo branco é uma doença com poucos produtos fitossanitários disponíveis, o que torna o seu manejo complexo. A principal forma de controle é com a integração de estratégias como a rotação de culturas e variedades tolerantes, além de produtos químicos e biológicos. É uma praga relacionada às condições ambientais.
Mosca Branca (Bemisia tabaci)
É uma praga polífaga (que ataca várias culturas) e de difícil controle. Os produtos registrados disponíveis precisam da alternância de mecanismos de ação para evitar a resistência genética.
Nematoides (Meloidogyne javanica, Meloidogyne incognita, Heterodera glycines e Pratylenchus brachyurus) e Ervas daninhas resistentes (Conyza bonariensis e Digitaria insularis)
São pragas consideradas pelas principais sociedades cientificas nacionais como de importância econômica para a agricultura. Para um controle eficiente, é necessária uma busca por alternativas mais modernas e menos tóxicas. Além disso, é fundamental a adoção de medidas que visem a reduzir a resistência genética causada pelo uso repetido dos mesmos mecanismos de ação.
Bicudo do algodoeiro (Antonomus grandis)
É a praga mais importante e limitante para a cultura do algodoeiro no Brasil. O governo conta com políticas específicas e programas de controle da praga. Esta política carece, no entanto, de mais alternativas de produtos fitossanitários para assegurar competitividade com viabilidade de custo no controle da praga.