Sofia Filipe Data: 2006-05-02 Associado a situações de descontracção e às pausas efectuadas durante a actividade profissional, o café não raras vezes é o actor principal na marcação de encontros, mesmo que a intenção primordial não seja beber o dito café, mas sim ver, falar, conviver com alguém, discutir algo… Além de mote para um encontro é um dos mais desejados pela manhã. Para acordar, dizem. O acto de desejar beber um café pela fresca tem uma explicação. De facto, a cafeína é o ingrediente ideal para ajudar a despertar e aumentar a capacidade de concentração. «Apesar de ser o componente mais característico do café, a cafeína também está presente noutras bebidas; é uma xantina, da família da teofilina (predominante no chá) e da teobromina (predominante no cacau)», refere a Dr.ª Ana Leonor Perdigão, nutricionista, continuando a falar da cafeína: «Trata-se de um elemento responsável por alguns benefícios no organismo, nomeadamente, a estimulação do processamento de informação a nível dos neurónios, sendo eficaz para manter um estado de alerta e aumentar a concentração. Também ajuda a despertar, a começar o dia.» Ainda segundo a nutricionista, «funciona como vasodilatador, já que facilita a passagem do sangue nas artérias e consequentemente ajuda a reduzir o stress e a ansiedade. Também tem uma acção broncodilatadora, ou seja, facilita o processo de respiração, o que justifica a utilização de cafeína em medicamentos para asmáticos». O café resulta igualmente em «remédio santo» numa situação de quebra de tensão arterial. Além disso, não é por acaso que é uma bebida que finaliza as refeições, afinal, ajuda a facilitar a digestão. «Quando se faz exercício a cafeína ajuda a usar mais precocemente a gordura acumulada, logo contribui indirectamente para perder peso», indica Ana Leonor Perdigão, sublinhando que «durante o processo de torra o café adquire substâncias antioxidantes». E quando se abusa? «Não há bela sem senão» e a bebida social mais antiga do mundo não é excepção. Quando se usa e abusa da quantidade de café não tardam a surgir consequências, embora que ínfimas. «Beber oito ou nove cafés por dia é exagerado para um indivíduo saudável e pode ser prejudicial. Já para um doente com a tensão arterial elevada, ultrapassar o segundo café pode agravar-lhe a hipertensão», alerta a nutricionista, frisando que «a cafeína não provoca dependência no verdadeiro sentido da palavra». E explica: «Quem consome regularmente cafeína não sente a necessidade de aumentar a dose diária. Além disto, quando um indivíduo deixa de consumir não sente a carência dessa substância no organismo nem ocorre ressaca.» Todavia, acrescenta a especialista, «causa uma certa habituação, isto é, o organismo habitua-se à cafeína em termos de tolerância. A falta da substância pode originar uma ligeira dor de cabeça, dificuldades na atenção e concentração». |