Uma Denominação de Origem, doze pessoas, dois dias, duas fazendas e uma paixão: o café. Esse era o cenário para o projeto “Experiência na Origem” que reuniu um super time de apaixonados por café; baristas, torrefadores e proprietários de cafeterias de 4 regiões do Brasil na Região do Cerrado Mineiro. A ação recebeu forte apoio do Sebrae, grande apoiador dos projetos da Região.
A primeira parada foi na Federação dos Cafeicultores do Cerrado, entidade que controla, promove e representa a Denominação de Origem – Região do Cerrado Mineiro. Lá os visitantes conheceram mais sobre esse trabalho e também ouviram em primeira mão as novidades do III Prêmio Região do Cerrado Mineiro, visto que, a grande maioria dos participantes já arremataram lotes das edições anteriores. Os participantes do projeto também conheceram o Concurso de Qualidade dos Cafés Fair Trade – Appcer (Associação dos pequenos produtores do Cerrado) que está em sua primeira edição.
Em seguida foi a vez de conhecer a Fazenda Campeã da categoria Cereja Descascado do II Prêmio Região do Cerrado Mineiro (2014), a Fazenda Santa Lúcia, do Grupo AC Café, que fica no município de Perdizes. O time de qualidade da Fazenda, liderada pelo agrônomo Carlos Piccin foi quem recebeu os participantes da “Experiência na Origem” e apresentou em detalhes toda a rotina da colheita. A fazenda utiliza uma moderna máquina colhedeira, que foi adaptada das oliveiras e parreiras, que chamou bastante atenção pela eficiência na colheita e preservação da planta. Os processos de separação do café, que influenciam diretamente na qualidade da bebida, também despertaram a atenção dos participantes. No encerramento um cupping (prova de café) com os primeiros sabores da nova safra deixou os apaixonados por café verdadeiramente encantados pela diversidade de nuances e características que encontram. Andreza Mazarão, Agente Comercial e Marketing do Grupo AC, explicou que essa foi a primeira vez que apresentaram os café da nova safra e que a Fazenda estava muito feliz em ter sido um grupo tão altamente qualificado que provou em primeira mão.
A agente comercial aprova a iniciativa do projeto. “A iniciativa é de grande valia para o mercado de cafés especiais brasileiros, principalmente da Região do Cerrado Mineiro, pois nos ajuda a divulgar a qualidade de nossa Região. A aproximação de toda a cadeia do café é essencial para que o segmento se fortaleça e prospere. Para nós é muito importante que cada vez mais as torrefações brasileiras entendam todo o trabalho por trás de uma saca de café, para poderem valorizar e educar seus consumidores. Quando um consumidor entende e passa a apreciar um certo produto, ideia ou conceito, ele se torna o elo mais forte da cadeia”- explicou Andreza Mazarão.
No dia seguinte a visita foi em outra campeã, a Fazenda Dona Nenem, primeira colocada na Categoria Natural, também do II Prêmio Região do Cerrado Mineiro, de propriedade de Eduardo Pinheiro Campos, no município de Presidente Olegário. Eduardo e sua família receberam os visitantes e o produtor contou a história centenária de sua família no café e sua grande paixão pela cultura. Uma gestão profissional, com processos de qualidade extremamente eficientes e controlados de perto por profissionais experientes é que garantem a excelência na qualidade e a quebra de antigos paradigmas, como por exemplo, os que afirmavam que qualidade e produtividade não poderiam ser encontrados nos mesmos talhões. No cupping um mesmo café foi servido em três processos: cereja descascado, desmucilado e fully washed. Neste exercício os visitantes perceberam como é o trabalho de prova prévia do talhão, que é feita pelo Q-Grader, Renato Souza, que decide através das características sensoriais da bebida, apresentada na xícara, qual será o processo de pós-colheita aplicado em cada talhão da lavoura.
Eduardo Pinheiro Campos se mostrou orgulhoso e bastante emocionado com o encontro em sua fazenda e salientou a importância da parceira. “São vocês que divulgam os nossos cafés, sem vocês baristas e torrefadores nossos cafés iram apenas para o exterior. Vocês são os precursores desse movimento no Brasil e são quem dá a fama aos nossos cafés. Muito obrigada pela visita, ela muito nos orgulha” – disse emocionado.
Para o Sebrae o projeto “ ‘Experiência na Origem’ vem ao encontro de nossas estratégias de Promoção das Regiões Produtoras. Ao aproximar compradores, torrefadores e baristas – importantes influenciadores de consumo – junto aos produtores, conseguimos criar uma importante conexão que permitirá o alcance a públicos e mercados diferenciados, ativando de forma plena a estratégia da Região do Cerrado Mineiro” – afirmou Marcos Alves, Analista do Sebrae na Região do Cerrado Mineiro.
Um dos participantes da “Experiência na Origem”, Rodrigo Menezes, do Ateliê do Grão em Goiânia – GO demostrou sua alegria com o projeto. “Para nós foi uma experiência engrandecedora! Nosso aprendizado nesses dois dias foi inestimável. Aprendemos muito com os maiores especialistas do Brasil, e agora vamos buscar aplicar esse conhecimento na xícara que chega aos nossos clientes. E o melhor foram as pessoas bacanas que conhecemos nessa trip. Isso realmente não tem preço!” afirmou.
Geórgia Franco de Souza, do Lucca Cafés Especiais, em Curitiba – PR classificou a experiência como inesquecível. “Pudemos perceber o quanto as pessoas se dão naquilo que fazem, depois de ver tudo isso de perto o brilho e a emoção que vem de dentro estará sempre nos olhos e será fácil transmitir isso aos nossos clientes.” – afirmou emocionada.
Para o Superintende da Federação dos Cafeicultores do Cerrado, Juliano Tarabal, o propósito foi cumprido. “Nosso intuito foi proporcionar uma experiência aos nossos parceiros para que eles consigam levar aos seus consumidores um pouco da origem cerrado mineiro e a paixão que temos em produzir café” – finalizou Tarabal.
Ao final os participantes conheceram a Cafeteria Dulcerrado – Cafés Especiais do Produtor – iniciativa da Expocaccer e ficaram bastante impressionados com a estrutura.