Primeiro registro da cochonilha-vermelha-do-cafeeiro em lavouras de Minas Gerais

Pesquisadores da EPAMIG Sul de Minas/EcoCentro em Lavras, MG, Ernesto Prado, Lenira V.C. Santa-Cecília, Paulo Rebelles Reis, com a colaboração do Agrônomo Consultor Eduardo Mosca, relatam a redescoberta de uma espécie de cochonilha-farinhenta, conhecida por cochonilha-vermelha-do-cafeeiro, Nipaecoccus coffeae (Hempel, 1919), em lavouras de café arábica no Brasil. Esta espécie é registrada pela primeira vez no estado de Minas Gerais (município de João Pinheiro), ampliando sua área de distribuição, estando citada somente para o estado de São Paulo no ano de 1919. Observações de campo há cerca de 10 anos indicaram a presença dessa cochonilha na região de Araguari (Minas Gerais), porém não foi realizada a identificação do material, e desde então, nenhuma outra ocorrência é conhecida.


A densidade populacional da cochonilha encontrada na lavoura foi considerada sem importância econômica, não havendo necessidade de implementar medidas de controle. A cochonilha foi encontrada em botões florais, chumbinhos e brotações, onde suga a seiva, com abundante produção de teia.


As fêmeas dessa cochonilha podem atingir cerca de 4 mm de comprimento, possuem o corpo com formato oval, coloração vermelha, recoberto por uma secreção pulverulenta de cera branca. As fêmeas colocam os ovos (coloração avermelhada) no interior do ovissaco, constituído de uma massa cotonosa (Figura 1 A, B). Ovos, ninfas e fêmeas adultas são encontradas na parte aérea do cafeeiro (ramos e rosetas) no mês de setembro, porém é desconhecida a biologia completa do inseto. Acredita-se que é uma espécie nativa adaptada ao cafeeiro, mas não existe conhecimento de outro hospedeiro.


Também relata-se a ocorrência de larvas de Ocyptamus stenogaster (Williston, 1888) (Diptera: Syrphidae) predando os ovos da cochonilha.


O trabalho está publicado em CheckList 11(4): 1-3, e encontra-se disponível em: www.biotaxa.org/CheckList; doi: http://dx.doi.org/10.15560/11.4.1694. Caracteres de reconhecimento são fornecidos para identificar a cochonilha.


Essa espécie integra um complexo de 15 espécies de cochonilhas-farinhentas associadas ao cafeeiro no Brasil. Novos levantamentos da cochonilha-vermelha-do-cafeeiro resultarão certamente em uma ampliação de sua distribuição, e o monitoramento das lavouras poderá determinar sua verdadeira importância para a cultura.


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colchonilha
 

Figura 1. Nipaecoccus coffeae: massa cotonosa (A); fêmea adulta e ovissaco contendo ovos da cochonilha-vermelha-do-cafeeiro (B).

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Primeiro registro da cochonilha-vermelha-do-cafeeiro em lavouras de Minas Gerais

Pesquisadores da EPAMIG Sul de Minas/EcoCentro em Lavras, MG, Ernesto Prado, Lenira V.C. Santa-Cecília, Paulo Rebelles Reis, com a colaboração do Agrônomo Consultor Eduardo Mosca, relatam a redescoberta de uma espécie de cochonilha-farinhenta, conhecida por cochonilha-vermelha-do-cafeeiro, Nipaecoccus coffeae (Hempel, 1919), em lavouras de café arábica no Brasil. Esta espécie é registrada pela primeira vez no estado de Minas Gerais (município de João Pinheiro), ampliando sua área de distribuição, estando citada somente para o estado de São Paulo no ano de 1919. Observações de campo há cerca de 10 anos indicaram a presença dessa cochonilha na região de Araguari (Minas Gerais), porém não foi realizada a identificação do material, e desde então, nenhuma outra ocorrência é conhecida.


A densidade populacional da cochonilha encontrada na lavoura foi considerada sem importância econômica, não havendo necessidade de implementar medidas de controle. A cochonilha foi encontrada em botões florais, chumbinhos e brotações, onde suga a seiva, com abundante produção de teia.


As fêmeas dessa cochonilha podem atingir cerca de 4 mm de comprimento, possuem o corpo com formato oval, coloração vermelha, recoberto por uma secreção pulverulenta de cera branca. As fêmeas colocam os ovos (coloração avermelhada) no interior do ovissaco, constituído de uma massa cotonosa (Figura 1 A, B). Ovos, ninfas e fêmeas adultas são encontradas na parte aérea do cafeeiro (ramos e rosetas) no mês de setembro, porém é desconhecida a biologia completa do inseto. Acredita-se que é uma espécie nativa adaptada ao cafeeiro, mas não existe conhecimento de outro hospedeiro.


Também relata-se a ocorrência de larvas de Ocyptamus stenogaster (Williston, 1888) (Diptera: Syrphidae) predando os ovos da cochonilha.


O trabalho está publicado em CheckList 11(4): 1-3, e encontra-se disponível em: www.biotaxa.org/CheckList; doi: http://dx.doi.org/10.15560/11.4.1694. Caracteres de reconhecimento são fornecidos para identificar a cochonilha.


Essa espécie integra um complexo de 15 espécies de cochonilhas-farinhentas associadas ao cafeeiro no Brasil. Novos levantamentos da cochonilha-vermelha-do-cafeeiro resultarão certamente em uma ampliação de sua distribuição, e o monitoramento das lavouras poderá determinar sua verdadeira importância para a cultura.


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Figura 1. Nipaecoccus coffeae: massa cotonosa (A); fêmea adulta e ovissaco contendo ovos da cochonilha-vermelha-do-cafeeiro (B).

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