Clima atrasa colheita do café arábica no Brasil

café-cafeicultura-grão (Foto: Editora Globo/Rennan A. Julio)Em São Paulo, colheita do café não passou de 5% da área, de acordo com o CNC (Foto: Editora Globo/Rennan A. Julio)


Os preços do café arábica tiveram baixa nesta semana no mercado brasileiro. O indicador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), iniciou a semana cotado a R$ 417,51 a saca de 60 quilos e encerrou a sexta-feira (19/6) a R$ 411,06. No mês, a referência, com base no estado de São Paulo, está estável. Em maio, o Cepea já havia registrado uma queda acumulada de 5,11%.


De acordo com a instituição, a pressão sobre as cotações veio do mercado internacional. Em Nova York, o contrato de julho de 2015, já com pouca liquidez, caiu de US$ 1,2780 por libra peso para US$ 1,2585 na semana. O de setembro de 2015, que passa a ser o mais negociado neste momento, caiu de US$ 1,3030 para US$ 1,2960.


Conforme o Cepea, o movimento de queda ocorreu mesmo com as preocupações em relação à colheita no Brasil. De acordo com especialistas, chuvas em regiões produtoras têm atrapalhado o trabalho de campo. Além disso, os frutos têm se mostrado desuniformes, em função dos problemas ocorridos nas floradas no segundo semestre do ano passado.


O Conselho Nacional do Café (CNC), em seu balanço semanal, informou, nesta sexta-feira (19/6) que o trabalho mais avançado da colheita do café arábica está no Noroeste do Paraná, onde a área colhida chegou a 20% do total. No estado de São Paulo, está em torno dos 5%.


Já na Zona da Mata e no Sul de Minas, o trabalho de campo está entre 10% e 20% da área. De acordo com o CNC, nessas regiões, as lavouras estão retornando cafés com qualidade superior à vista no ano passado. “Os lotes apresentam qualidade e peneira satisfatórias para o período de colheita”, diz o informe.


Já no Cerrado Mineiro, o trabalho de campo deve ser intensificado somente no mês de julho. Conforme o CNC, a região é onde a colheita está mais atrasada, devido aos diferentes estágios de maturação dos grãos nas lavouras.


Em boletim semanal, o escritório Carvalhaes, de Santos (SP), acrescenta que o mercado físico ainda trabalha com os lotes de 2014, o que deve continuar até julho. Entre os poucos lotes de safra nova, a disputa maior tem sido pelo café de melhor qualidade. De acordo com a corretora, um cereja descascado de bom preparo chegou a ser negociado a até R$ 510 a saca de 60 quilos. Finos e extrafinos da Mogiana Paulista e de Minas saíam por até R$ 490.


“As chuvas e a maturação irregular estão atrasando a colheita da nova safra de arábica. Estamos caminhando para o final de junho e até agora poucos lotes 2015 de arábica chegaram ao mercado. No geral são pequenos e com baixa porcentagem de peneiras 17 e 18”, diz o relatório.


Robusta


No  café robusta (conilon), a colheita segue em bom ritmo no Brasil, de acordo com os dados do Conselho Nacional do Café. No estado do Espírito Santo, principal produtor da variedade, mais de 70% dos cafezais já foram colhidos, com a maior parte dos lotes já comprometidos em negociações antecipadas. Em Rondônia, o trabalho de campo chegou a 80% dos cafezais, também com boa demanda pelo produto.


Bem diferente do arábica, o preço do café robusta acumula alta de 4,25% neste mês, de acordo com o indicador do Cepea, com base no mercado capixaba. Nesta sexta-feira (19/6), a cotação chegou a R$ 301,43 a saca de 60 quilos. No início de junho, estava a R$ 293,21.


Fonte: Revista Globo Rural

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