Porto Alegre, 11 de maio de 2015 – Relatório mensal da Organização Internacional do Café (OIC) divulgado nesta segunda-feira trouxe alguns comentários sobre o desempenho do mercado durante o mês de abril.
O indicador mensal de preço da OIC subiu em abril após cinco meses consecutivos de baixa, “mas permanece em níveis muito baixos”. O indicador teve alta de 1,6% em relação a março, atingindo 129,02 centavos de dólar por libra peso. As movimentações diárias do indicador não demonstraram um viés claro durante o mês, oscilando entre uma mínima de 126,05 centavos e uma máxima de 132,46 centavos.
A OIC salienta que as exportações de café do Brasil alcançaram em 2014/15 (abril-março) a marca recorde de 36,8 milhões de sacas de 60 quilos, o que “pesou fortemente sobre o mercado”. Segundo a entidade, os embarques brasileiros foram estimulados pelos estoques domésticos e pela depreciação da moeda local, com forte queda do real ante o dólar entre outubro e março.
A produção de café da safra 2015/16 está estimada oficialmente pelo Brasil entre 44,1 a 46,6 milhões de sacas. “No entanto, com um consumo doméstico estimado em cerca de 21 milhões de sacas, a disponibilidade de exportação será significativamente reduzida, totalizando, na melhor das hipóteses, 24 milhões de sacas. Como resultado, as exportações do Brasil ao longo dos próximos 12 meses serão muito menores”, afirmou a OIC.
O efeito que a queda nas exportações brasileiras provocará no mercado “ainda é tema de algum debate, uma vez que os volumes recordes embarcados garantiram a construção de níveis robustos de estoques nos países importadores”. Ao final de dezembro de 2014, estas reservas estavam estimadas em 22 milhões de sacas, contra 18,8 milhões de sacas em dezembro de 2013. “Isso garante uma disponibilidade confortável para mais de 11 semanas de consumo, o que está contribuindo para a permanência do sentimento negativo no mercado de café”, concluiu a OIC.
&nbs p;Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) – Agência SAFRAS