Cargas especiais têm soluções integradas

Por: Valor Econômico

28/04/15


A participação crescente do modal rodoviário no transporte de cargas no Brasil e o aumento de roubo de mercadorias têm elevado a demanda das empresas do varejo, indústrias e importadores por serviços de segurança para cargas de alto valor agregado. Para atender a esse mercado, as companhias criaram soluções com menor risco no transporte não só para rodovias como também para o aeroviário.


“O setor de cargas especiais cresceu 418% entre 2012 e 2014 e já é uma realidade como negócio da companhia”, diz o diretor geral de logística de valores da Proseguir, Alessandro Abrahão. A empresa atua nesse mercado desde 2010. Para transportar produtos como eletroeletrônicos, de telecomunicação e artigos de luxo, entre os quais joias, relógios e canetas, as empresas, ele explica, mantinham contratos terceirizados para cada etapa do processo.


Era necessário fornecedor de veículo capacitado para o frete, empresa de vigilância para a escolta, além da seguradora, que muitas vezes exige gerenciador de riscos para o caso de sinistro. “Agora, mais simplificada, a solução integrada inclui transporte por caminhão específico para cada produto, equipe de vigilantes armados e o seguro por um custo entre 15% e 40% menores”, informa.


A maior segurança no transporte das cargas especiais, segundo ele, é garantida pelo sistema próprio de rastreamento híbrido, além de caminhões com o mesmo nível de blindagem dos usados no transporte de valores, sistema de vídeo- monitoramento por meio de câmeras instaladas nos veículos e acompanhamento em tempo real em todo o percurso e durante a carga e descarga da mercadoria.


Segundo o Sindicato das Empresas de Escolta do Estado de São Paulo (Semmesp), em cada 10 ataques a equipes de escolta armada, oito ocorrem no entorno de Viracopos, na região de Campinas (SP). “Todas as cargas descem no aeroporto como matéria- prima e, após montadas, se transformam em produtos acabados, passando de risco zero como insumo para 100% quando produtos acabados”, diz o presidente do Semmesp, Autair Iuga.


Experiente no mercado de cargas de alto valor agregado, a Brink’s já mantém uma divisão específica para essa área há 40 anos. “O negócio está em expansão e representa 20% das nossas atividades”, afirma Roberto Martins, de BGS- Brink’s Global Service. Esse percentual tem crescido. Há quatro anos, era 15%.


“Houve um aumento geral dos negócios da empresa, mas esta área cresce mais do que outros setores”, ressalta Martins. Cargas especiais para a companhia, no entanto, não são assim definidas apenas pelo seu valor monetário. O transporte de alguns documentos, como provas vestibulares, também é considerado de alto valor agregado.


“Elas valem muito para algumas pessoas e, se ocorrer vazamento de informações, o processo tem de ser refeito, o que pode provocar prejuízos financeiros e prejudicar a credibilidade da empresa”, explica. Os custos da logística, no entanto, não dependem apenas dos riscos oferecidos pela rota.


Podem variar também de acordo com outros fatores, como o grau de dificuldade para efetuar o roubo e a rentabilidade da carga para os assaltantes. “Moedas metálicas numa rota mais visada pelos ladrões correm menos risco do que uma carga de smartphones numa rota menos perigosa”, ele compara.


A Brink’s desenvolve tecnologias específicas para cada modal e tem priorizado o aéreo para as cargas especiais. “É mais seguro e rápido e o ideal para alguns casos, como joias preciosas, cujo transporte em geral é feito de um continente para outro em apenas um dia”, explica. A empresa desenvolve uma logística específica para esses produtos nos aeroportos. “A carga sai direto da fábrica par a pista sem passar pelo terminal”, destaca. (SS)

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