04-05-2015
O relatório trimestral abril-junho do banco holandês Rabobank destacou para o café que as atenções no mercado estão voltadas para as novas estimativas para a safra brasileira de 2015/16. Veja abaixo o relatório no que diz respeito ao café:
“Acontecimentos recentes
Após o pico de 221 USc/lb alcançado em meados de outubro de 2014, os preços de café arábica na bolsa de NY recuaram 43% até a casa dos 126 USc/lb em março. A alta de 21% do dólar no mesmo período e a tradicional correlação negativa entre câmbio e commodities explicam apenas parte da queda nos preços internacionais.
O forte movimento de vendas dos fundos (não comerciais) teve impacto direto nos preços do arábica nos últimos meses. Além disso, as recentes chuvas em MG e SP impulsionaram as notícias de recuperação do potencial produtivo dos cafezais para a safra 2015/16 (abr/mar).
Pontos de atenção
O foco dos mercados passam a ser as novas estimativas para a próxima safra brasileira, que, obviamente, ainda seguem cercadas por inúmeras incertezas. As secas registradas ainda em 2014 afetaram o crescimento vegetativo das plantas, reduzindo o potencial produtivo para a próxima safra. Previsões mais pessimistas apontam para a possibilidade de um volume ainda menor ao registrado em 2014, quando, segundo a Conab, 45,3 milhões de sacas foram produzidas.
Apesar do panorama geral de aumento da produção em outros países exportadores, esse volume adicional não deve ser suficiente para compensar o impacto de mais um ano de baixas produtividades médias nas lavouras brasileiras. O país é o maior produtor e exportador mundial de café e a confirmação das previsões negativas quanto à produção na safra brasileira de 2015 deve manter apertado o equilíbrio entre oferta e demanda no mercado internacional.
Perspectivas
O principal direcionador dos preços do café nos próximos meses passa a ser o início da colheita e a avaliação da safra nas regiões produtoras no Brasil. Apesar de os fundamentos do mercado apontarem para a manutenção de preços elevados em 2015, alguns fatores podem limitar a tendência de alta. Entre eles, destacam-se: o início do fluxo de café oriundo da próxima safra brasileira, o nível elevado de estoques nas mãos dos torrefadores, a expectativa de nova onda de desvalorização do real e potenciais impactos na demanda em função do menor crescimento econômico em 2015.”
Fonte: Safras & Mercado