Florianópolis, 4 de Maio de 2006 – O segmento tem 673 mil cooperados, 22 mil empregados e responde por 12% do PIB do estado. O sistema cooperativista de Santa Catarina obteve receita de R$ 6,9 bilhões em 2005, 10,7% a mais do que no ano anterior. Entre os 12 ramos que compõem o setor, o agropecuário, com faturamento de R$ 4,7 bilhões, tem o maior peso (70%), mas foi o que menos cresceu (5,7%). “A agropecuária sofre os efeitos da crise das carnes e dos baixos preços dos grãos e do leite. Todas as atividades, de um modo geral, foram afetadas”, diz o presidente da Organização das Cooperativas de Santa Catarina (Ocesc), Neivor Canton.
Maior faturamento
O segmento é composto por 673 mil cooperados, 22 mil empregados diretos e responde por 12% do PIB catarinense. As cooperativas de crédito, com faturamento de R$ 394 milhões em 2005, apresentaram o maior crescimento percentual, de 66%. Já as cooperativas de saúde, que ocupam posição de segunda mais importante no sistema estadual, faturaram R$ 964 milhões e cresceram 14,7%. O setor de transporte somou receitas de R$ 346 milhões e registraram incremento de 35,6%.
Canton reclama que o governo federal encaminhou substitutivo ao projeto 171/99, que cria uma espécie de agência reguladora para definir o que é ato cooperativo. “A nova lei do cooperativismo que, após mais de dez anos tramitando no Congresso, deixou de ser votada pelo Senado na semana passada porque o governo decidiu, em última hora, desrespeitar acordo e enviar substitutivo global que desfigura e destrói o modelo cooperativista brasileiro”, diz. Segundo ele, com tal atitude o governo “retroage no tempo e estabelece o direito de intervir no sistema coooperativista”.
O presidente da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop), deputado Odacir Zonta (PP/SC), afirma que em audiência com o embaixador russo na semana passada, cobrou a reabertura do mercado em Santa Catarina, estado considerado pelo Ministério da Agricultura livre de febre aftosa sem vacinação.
Exportação de carne
“Os russos indagaram sobre a credibilidade sanitária do Brasil, que está em cheque depois da demora de 45 dias para informar a existência do foco de febre aftosa no Paraná. De acordo com Zonta, na próxima semana vem uma missão técnica de veterinários para Santa Catarina analisar a situação do estado. Ele diz que das 600 mil toneladas exportadas de carne suína, 550 mil vão para a Rússia. “Desde dezembro, quando iniciou o embargo, deixamos de exportar pelo menos 100 mil toneladas”.
O dirigente afirma que as agroindústrias estão abarrotadas de suínos e muitos produtores estão represando os animais nas granjas para não vender por preço abaixo de custo. Com o embargo, eles foram buscados outros mercados menos expressivos e compradores de carcaça inteira, o que justifica a diminuição do valor médio no primeiro trimestre.
kicker: O setor agropecuário, com faturamento de R$ 4,7 bilhões, tem o maior peso (70%), mas foi o que menos cresceu (5,7%)
(Gazeta Mercantil/Gazeta do Brasil – Pág. 14)(Juliana Wilke)