CAFÉ: MERCADO MELHORA SINAIS, MAS DÓLAR DEVE CONTINUAR NO RADAR

20 de março de 2015 | Sem comentários Cotações Mercado
Por: Fonte: Agência Estado

CAFÉ: MERCADO MELHORA SINAIS, MAS DÓLAR DEVE CONTINUAR NO RADAR
 Os contratos futuros de café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) subiram ontem pela quarta sessão consecutiva. O mercado continua impulsionado por recompras de posições por especuladores e fundos de investimento. Ontem foi o último dia de negociação do contrato com vencimento em março de 2015.


De acordo com o operador João Morosini Neto, da H.Commcor, fundos de investimento e especuladores continuaram movimento de recompra de posição, como no dia anterior. Stops (ordens automáticas) de vendidos foram acionadas.


Os fundos de investimento estavam com saldo líquido vendido de 9.316 lotes no dia 10 de março, segundo relatório da Commodity Futures Trading Commission (CFTC). Hoje à tarde será divulgado novo levantamento da CFTC, referente à semana encerrada em 17 março, ou seja, sem considerar o bom movimento de recompras de posições compradas da quarta e de ontem.


Morosini observa que vendas de origem em escala de alta seguraram as cotações. “Houve fixação de preço de Brasil e de países da América Central”, informa ele. Os futuros de arábica em alta e o fortalecimento do dólar em relação ao real estimularam vendas do Brasil.


A moeda norte-americana subia 2,50% no fim da tarde, a R$ 3,2950. O café em Nova York avançou quase 3%. “O café hoje está mais caro do que no ano passado, em reais”, compara Morosini. Considerando a saca cotada ontem a US$ 184,05 na BM&FBovespa e o dólar a R$ 3,2950, isso equivale a cerca de R$ 606 a saca. Em 19 de março de 2014, o contrato para maio na BM&FBovespa fechou a US$ 225 e o dólar encerrou a R$ 2,3520, equivalente a R$ 529 a saca.


As condições das lavouras nas regiões produtoras brasileiras são outro motivo de atenção dos participantes. Ontem o governo decidiu prorrogar por um ano, a partir de 13 de março de 2015, o prazo de vigência do estado de emergência fitossanitária relativo ao risco iminente de surto pela infestação da praga broca-do-café, no Estado de Minas Gerais.


Também continua incerto volume da safra do Brasil, cuja colheita da safra se inicia entre abril e maio. Há um sentimento de que a safra pode, no máximo, repetir o volume do ano passado, apesar das chuvas de fevereiro e deste mês, o que pode estar contribuindo para sustentar os ganhos em Nova York.


O presidente da Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé), Carlos Alberto Paulino da Costa, disse ontem que os cooperados, dependendo da região, tiveram uma quebra de 15% a 20% na produção, por causa da estiagem. Este ano, houve um período de estiagem em janeiro, mas em fevereiro voltou a chover. Segundo ele, a cooperativa ainda não avaliou os possíveis impactos do clima adverso de janeiro sobre a safra deste ano.


Os futuros de arábica em Nova York trabalharam no terreno positivo na maior parte do pregão de ontem. Maio/15 subiu 410 pontos (2,93%) a 144,15 cents. A máxima foi de 146,75 cents (mais 670 pontos). A mínima alcançou 140,05 cents (estável em relação ao fechamento anterior).


O mercado físico evolui bastante, pela conjunção de alta dos futuros de arábica e fortalecimento do dólar ante o real. O produtor está capitalizado e só negocia pequenos lotes, informa corretor de Santos (SP). O comentário na praça do litoral paulista é que café tipo 6, fino, foi vendido a R$ 510 a saca. A Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé) teria adquirido cerca de 1,5 mil sacas do produto. A Louis Dreyfus Commodities teria comprado perto de 2 mil sacas do grão.


Conforme o corretor, café mais fraco, duro/riado, foi cotado a R$ 430 a saca. Café bebida rio foi negociado a R$ 350 a saca. A Tristão teria comprado cerca de 1,5 mil sacas do produto.



 

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