As cotações do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) voltaram a recuar nesta segunda-feira (9). Hoje a sessão começou mais cedo e encerrou-se por volta das 16h no Brasil devido ao horário de verão iniciado no domingo (8) nos Estados Unidos e que vai até o dia 1º de novembro.
Na sessão anterior, o mercado havia registrado recuperação com cobertura de posições vendidas e alta de quase 500 pontos, mas novamente a questão cambial com o momento econômico delicado que o Brasil vive e o clima voltaram a pressionar os futuros, assim como em boa parte da semana passada.
O contrato março/15 fechou o pregão com 133,65 cents/lb e queda de 285 pontos, o maio/15 anotou 137,00 cents/lb, o julho/15 encerrou a sessão com 140,10 cents/lb e o vencimento setembro/15 registrou 142,95 cents/lb, ambos com desvalorização de 290 pontos.
Segundo o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães, a semana nos mercados financeiros começou marcada por fortes oscilações devido ao mau humor econômico que passa o Brasil.
“No caso do café, esta forte aceleração cambial foi responsável pela retração das cotações, principalmente, em Nova York. Vale ressaltar, que apesar da baixa o mercado continuou a trabalhar dentro do atual espaço e assim, o movimento não teve força para impor aos envolvidos um sentimento derrotista de reversão de tendência mas sim, um comportamento de ajustes técnicos ante o forte comportamento cambial”, explicou o analista. O dólar mais valorizado ante o real encoraja as exportações.
Nesta segunda, a moeda norte-americana subiu pelo sexto dia consecutivo chegando a R$ 3,10 diante de preocupações com a resistência à presidente Dilma Rousseff e o escândalo em torno da Petrobras e fechou cotado a a 3,1002 reais na venda com alta de 1,42%.
De acordo com informações de agências internacionais, a questão climática também continua pairando na bolsa. Os operadores acreditam que essas chuvas minimizam a possibilidade de uma nova quebra na safra de café do País. O que não procede, segundo especialistas, visto que essas precipitações de agora só influenciam na granação dos frutos.
Exportações brasileiras de café
Segundo o Balanço das Exportações divulgado hoje pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (CeCafé), a receita com as exportações brasileiras de café acumulada nos dois primeiros meses deste ano registraram um incremento de 41,8% em relação ao mesmo período do ano passado, totalizando US$ 1,130 bilhões.
No volume embarcado também houve um aumento de 0,4% na mesma base comparativa. Foram exportadas 5.732.606 sacas (verde, torrado & moído e solúvel), contra 5.710.357 em 2014. Levando em conta apenas o mês de fevereiro, houve um acréscimo de 27,3% na receita registrada e uma queda de 8,4% no volume exportado.
De acordo com analistas consultados pelo Notícias Agrícolas, essas informações positivas das exportações brasileiras só contribuem para pressionar ainda mais as cotações visto que os operadores acreditam que ainda há bom volume de café em nossos estoques. O que não procede, segundo cafeicultores.
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Mercado interno
O físico no Brasil está com negócios travados. Informações da Reuters informam que os compradores tentam repassar para as ofertas a baixa registrada nos contratos futuros de Nova York, e os produtores ficam retraídos e à espera de melhores cotações.
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O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação na cidade de Guaxupé-MG com R$ 528,00 a saca e queda de 0,38%. A oscilação mais expressiva no dia foi em Poços de Caldas-MG com queda de 1,44% e saca cotada a R$ 480,00.
O tipo 4/5 teve maior valor também em Guaxupé-MG com saca cotada a R$ 516,00 e desvalorização de 0,39%. A maior variação no dia ocorreu na cidade de Franca-SP que teve alta de 6,82% com saca cotada a R$ 470,00.
Para o tipo 6 duro, a cidade com maior valor de negociação foi Guaxupé-MG com saca cotada a R$ 463,00 e avanço de 0,65%. A oscilação mais expressiva no dia foi em Franca-SP com alta de 6,98% e saca cotada a R$ 460,00.
Na sexta-feira (5), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 registrou desvalorização de 3,12% e está cotado a R$ 442,03 a saca de 60 kg.
Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas