FENICAFÉ: Não vai faltar café para indústria em 2015 – ABIC

O baixo crescimento da economia brasileira não irá afetar o consumo de café no País em 2015. Pelo contrário, a Associação Brasileira da Indústria do Café (ABIC) projeta cenário otimista para o ano.
Na entrevista exclusiva reproduzida abaixo, o diretor-executivo da entidade, Nathan Herscowicz, explana os motivos da estimativa de crescimento estimado no consumo de café para 2014 e ainda garante que não vai faltar produto para a indústria apesar da quebra de safra vista em 2014, ano de estiagem.
A entrevista foi concedida durante a realização da Fenicafé 2015, evento que será encerrado hoje em Araguari, cerrado de Minas Gerais.

Pode faltar café para a indústria no final de 2014?
A indústria, a ABIC, não acredita que haja falta de café. Esta perspectiva havia em 2014, ano de seca, de temperatura elevada, com quebra de safra. Mas o café disponível no mercado foi suficiente para dar uma exportação recorde do grão e mais um consumo interno de 20 milhões de sacas. Provavelmente para este ano teremos menos estoques físicos disponíveis. Mas, com uma expectativa de uma safra de 45 a 47 milhões de sacas, somada aos estoques físicos que provavelmente ainda existam, acreditamos que dará para ter uma boa exportação e um consumo interno alcançando 21 milhões de sacas. Não acreditamos que falte café. Vai ficar apertado, o que é bom para o mercado e para os preços, mas não vai faltar café.

Qual é a expectativa em relação a preços para a indústria até o final desde ano?
Os preços atuais são preços que são, vamos dizer, remuneradores para a cafeicultura. Não imaginamos que os preços vão disparar, que evoluam muito para cima ou muito para baixo, especialmente nestes primeiros quatro meses, quando sentiremos mais o efeito da seca atual ou das chuvas regulares. Mas talvez os preços fiquem em torno dos níveis que estão agora. Esta é a nossa expectativa.

A ABIC mantém estimativa de crescimento no consumo interno de café apesar do cenário econômico desfavorável?
A ABIC compara o consumo de café em épocas de crise com o que aconteceu, por exemplo, em 2008, época da grande crise econômica mundial e que afetou o Brasil. Naquele ano não houve redução de consumo, nem no Brasil e nem fora do Brasil. Portanto, preferimos acreditar que em 2013 o consumo de café vai aumentar, apesar da crise. (Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) Agência SAFRAS)