O mercado de café está difícil de deslanchar, apesar da tendência de redução da oferta em relação à demanda global. Os contratos futuros na New York Board of Trade desvalorizaram-se cerca de 2,5% desde o início do mês, em grande parte por causa das operações dos fundos de investimento. No mercado interno, os produtores reclamam que o real fortalecido em relação ao dólar reduz a competitividade. Pior: os insumos dolarizados elevam o custo de produção. O Conselho Nacional do Café estima o custo de produção em R$ 230 a saca (60 quilos), enquanto o valor de mercado estaria em R$ 250/saca.
Analistas consideram, no entanto, que o mercado deve começar a ser influenciado pelo clima nas regiões produtoras brasileiras. O risco de geada nos cafezais pode puxar os preços. Além disso, a nova safra será suficiente apenas para cumprir compromissos de consumo e exportação. Mais: a produção futura (2007/2008), em virtude da bianualidade, poderá ficar abaixo do mínimo necessário ao País, cujos estoques até lá poderão estar esgotados.