Seca na Região Sudeste atinge as plantações de café no Espírito Santo

24/01/2015

O estado do Espírito Santo é o maior produtor de café conilon do
Brasil.
Em 2014, agricultores do ES enfrentaram maior seca dos últimos 38
anos.

Andressa Missio / G1 
Serra, ES

A seca na Região Sudeste já atinge as plantações de café no Espírito
Santo. A última estiagem severa foi há 38 anos. A falta de chuva diminui a safra
e aumenta o preço do produto.

Lá se vão 45 dias sem chuva. No sítio do seu Joaquim, a estiagem castigou o
cafezal. “Ataca os insetos, a água falta e ele não tem crescimento. Eu estou me
preocupando porque a minha renda é pouco e eu preciso dela”, conta o produtor
Joaquim Lemos da Silva.

O Espírito Santo é o maior produtor de café robusta do país. Em 2014, os
agricultores do estado enfrentaram a maior seca dos últimos 38 anos e a estiagem
continua agora no mês de janeiro.

Prevendo épocas como essa, o produtor até investiu na irrigação. Instalou o
sistema em toda a lavoura, pensando estar imune à seca. O problema é que, desta
vez, a estiagem se prolongou, e hoje já começa a faltar água para abastecer as
mangueiras que matam a sede da plantação.

A pequena represa, construída para reservar água da chuva, está secando. A
água já baixou um metro e quase não pode ser bombeada. Irrigação, só dia sim,
dia não e, mesmo assim, meia hora por dia.

A água que chega não é suficiente. As folhas estão caindo e os grãos,
amadurecendo antes da hora.

“Essa é uma planta que deveria estar maior e toda cheia de folha, e nesse
período mesmo com a irrigação, ela não está conseguindo suportar o estresse
hídrico apresentado nessa região. O fruto formou, por falta d’água não causou o
enchimento do grão e ficou grão vazio. Só tem casca”, explica Aureliano da
Costa, engenheiro agrônomo do Incaper.

A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) já estima uma safra menor.
Prevê uma quebra de 10% a 14%. Por isso, o preço do café deve aumentar.

“O conilon tem um cenário interessante à frente no que se refere a preços e
demandas, e um cenário preocupante no que se refere à produção em função de um
clima diverso, principalmente no Espírito Santo, que é o maior estado produtor
de conilon do Brasil”, explica Marcus Magalhães, especialista em café.

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