CAFÉ: NY PODE TER RECUPERAÇÃO TÉCNICA, DEPOIS DE FORTES PERDAS

22 de janeiro de 2015 | Sem comentários Análise de Mercado Mercado

22-01-2015

Os contratos futuros de café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) voltaram a cair ontem, pressionados por vendas especulativas. As cotações recuaram pela quarta sessão consecutiva, acumulando desvalorização de cerca de 10,3% no período.


O mercado é baixista e deve testar o suporte a 160,10 cents (mínima de 5 de janeiro passado). No entanto, uma recuperação técnica não pode ser afastada.


Um dos principais fatores de pressão sobre os preços é a perspectiva de chuvas nas regiões produtoras brasileiras, as quais poderiam melhorar as condições das lavouras de café. Segundo a Climatempo, até sábado (24), a chuva ocorre de forma bastante isolada em Minas Gerais, principal Estado produtor do grão.


“Apenas o extremo sul e oeste acumulam volume significativo, que varia entre 30 mm e 40 mm, de maneira geral”, prevê a Climatempo. Nas outras áreas, a forte massa de ar seco ainda predomina e dificulta a formação de nuvens carregadas.


Apesar da melhora nas previsões climáticas, parte dos analistas considera que o Brasil deve ter o segundo ano consecutivo de frustração de safra, provocado pela estiagem. Isso implicará em déficit na oferta global do produto.


Os consumidores internacionais, por enquanto, têm à disposição cafés da América Central, em época de colheita, e os estoques que são consumidos gradativamente.


A consultoria Pharos, gestora de risco em commodities, observa que a indústria torrefadora não tem urgência na compra. Uma parte de sua demanda já teria sido suprida antecipadamente durante o período de rebalanceamanto de posições pelos fundos de índice e estariam com poucas posições em escala de baixa.


Diante das incertezas sobre a safra brasileira, fundos de investimento, que haviam retomado posição compradora, voltaram a vender nos últimos dias, pressionando as cotações para baixo.


Esses participantes estavam com saldo líquido comprado de 24.117 lotes no dia 13 de janeiro, em comparação com 15.287 lotes no dia 6 de janeiro, considerando futuros e opções.


Pelos indicadores técnicos, o mercado caiu muito rapidamente e não se afasta a possibilidade de uma recuperação. O objetivo, no entanto, é o suporte a 160,10 cents (mínima de 5 de janeiro) e 155 cents. A resistência é de 170 cents e 180 cents.


No pregão de ontem, os futuros de arábica em Nova York ensaiaram uma recuperação, mas perderam força e acabaram fechando em queda. Março/15 teve queda de 305 pontos (1,86%) e fechou a 161,25 cents por libra-peso. A máxima foi de 166,85 cents (mais 255 pontos). A mínima alcançou 162,90 cents (menos 330 pontos).


O mercado físico de café está parado, por causa da queda dos preços futuros em Nova York. O vendedor se afastou dos negócios e vai esperar melhores preços, informa corretor de Santos (SP). O comentário na praça de Santos é que café de boa qualidade, tipo 6, foi cotado a R$ 470 a saca, cerca de 40 reais abaixo dos valores da semana passada.


O mesmo produto, safra passada 2013, vale R$ 450 a saca. Cafés mais fracos, com grãos riados, foram cotados a R$ 400 a saca. Café bebida rio valia R$ 300 a saca.


Os pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) informam que as cotações do arábica no mercado físico brasileiro voltaram a cair ontem.


Só nesta semana, o indicador café arábica Cepea/Esalq do tipo 6, bebida dura, posto na capital paulista já caiu 6%, fechando ontem a R$ 447,34/saca de 60 kg.


A baixa em relação à terça-feira é de 1,07%. Neste cenário, as vendas continuam paradas. O dólar fechou a R$ 2,606, valorização de 0,38% no mesmo período.


Apesar das cotações firmes do robusta, a liquidez também mantém-se baixa. O indicador Cepea/Esalq do tipo 6, peneira 13 acima, fechou a R$ 283,89/saca de 60 kg, leve avanço de 0,71% em relação ao dia anterior. O tipo 7/8, bica corrida, ficou em R$ 276,19/sc, estável (+0,03) na mesma comparação – ambos à vista e a retirar no Espírito Santo.


Fonte: Agência Estado

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