PORTOS: Empresas buscam produtividade

Valor Econômico
11/12/14


O crescimento acelerado da cabotagem e do comércio exterior e a redução do custo do frete têm exigido mais produtividade de companhias de navegação e terminais portuários. Novas tecnologias nos navios e nos portos estão sendo utilizadas no carregamento de grandes cargas e contêineres. Cleber Lucas, diretor de planejamento da Log-In, diz que a empresa desenvolve equipamentos, utiliza softwares especiais para otimização da carga em contêineres e realiza processos de unitização. O processo visa dispor várias cargas em soluções logísticas como palets, que passam a ser unidades mais fáceis de transportar.


“Há diversos tipos de unitização para um melhor carregamento do contêiner. Dependendo dos produtos e dos clientes, é necessário ter equipamentos especiais porque cada produto tem um processo próprio de ser embarcado. A Log-In desenvolve os equipamentos ou contrata de terceiros”, explica Lucas.


Em maio, a Aliança Navegação e Logística decidiu investir em um navio especializado para atuar no transporte de carga-projeto. O navio é do tipo multipropósito para carregar equipamentos com grandes dimensões e volumes; entre eles, transformadores, reatores, turbinas, torres de transmissão, guindastes, geradores e pás eólicas de obras de infraestrutura. “O Aliança Energia é um navio com capacidade para transportar 19 mil toneladas de carga e é equipado com três guindastes que, juntos, podem içar peças de até 800 toneladas”, diz Gustavo Costa, gerente de cabotagem da Aliança.


Nos terminais de contêineres, as inovações são as novas gerações de portêineres STS (Ship to Shore), ou guindaste de pórtico navio-terra – equipamentos que içam os contêineres dos navios -, e os transtêineres RGT (Rubber Tyre Gantry), destinados à arrumação de contêineres no pátio de estocagem, cujo deslocamento é realizado sobre trilhos ou pneus.


No Rio de Janeiro, a Libra Terminais acaba de adquirir mais dois STSs de última geração, que se juntarão a outros quatro já existentes, e também contratou quatro novos RTGs. Em Santos, a empresa deve contratar mais quatro portêineres, elevando para 14 a base de equipamentos, e planeja comprar mais 13 RTGs, que se somarão a outros 18 já em operação.


“Também utilizamos equipamento OCR para leitura dos números dos contêineres e das placas dos caminhões no gate de entrada. Estamos investindo R$ 60 milhões em tecnologia da informação na construção de um novo datacenter e na implantação do SAP e do software Terminal Operation System da Navis”, diz João Pedro Rotta, diretor de engenharia e excelência operacional da Libra.


O novo terminal da BTP dispõe de oito STSs munidos de sistema dupla carga, que permite alçar dois contêineres de 20 pés ao mesmo tempo. Os portêineres também estão preparados para movimentar contêineres de 45 pés, que ainda não circulam no Brasil. Segundo Fábio Duarte, gerente de equipamentos e manutenção da BTP, os equipamentos pegam cargas que estão a até 41 metros de altura, e sua lança de 65 metros alcança até 25 filas de contêineres.


“São portêineres de última geração, com capacidade para levantar até 100 toneladas. Eles proporcionam maior velocidade de movimentação de contêineres, sendo capazes de realizar 60 movimentos por hora, descarregando até um contêiner por minuto”, explica Duarte. Ele diz que os equipamentos contam com sistema de monitoramento e controle remoto via comunicação wireless. “As equipes de manutenção conseguem antever possíveis problemas e garantir a produtividade com menores intervenções”, afirma.


A estratégia da TCP, diz seu presidente, Luiz Antônio Alvez, é usar a tecnologia para reduzir o custo de transporte e logística para exportadores e importadores e aumentar a competitividade. O terminal tem procurado atender ao aumento do tamanho dos navios a cada geração que surge de quatro em quatro anos. O maior navio da última geração é de 400 metros, com capacidade para transportar 19 mil contêineres. No Brasil, em função das limitações dos portos, o maior navio que passa pelos terminais é de 335 metros e capacidade para 9 mil contêineres.


“A cada geração de navio, o custo de transporte por contêiner cai de 20% a 25%. Mas isso traz desafios para os terminais por exigir portos mais profundos e cais mais longos”, diz Alvez. A empresa está investindo para ampliar o cais de 880 para 1,1 mil metros e aumentando a produtividade com quatro novos portêineres, elevando para nove a base de equipamentos. Os novos portêineres têm capacidade de erguer até quatro contêineres simultaneamente e produtividade de até 85 movimentos por hora.

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