Valor Econômico
24/11/14
Apesar de o café instantâneo também prevalecer e puxar o crescimento do segmento como um todo, na Índia também já há uma maior sofisticação do consumo em curso.
Segundo Jawaid Akhtar, chairman do Conselho de Café da Índia, um órgão ligado ao governo, a mais recente pesquisa sobre o consumo indiano de café, de 2009, indicou que o volume total chegou a 100 mil toneladas (1,666 milhão de sacas). Atualmente, estimou, já deve ter saltado para 130 mil toneladas por ano. Akhtar participou, em Seul, do Fórum Mundial dos Líderes de Café, evento paralelo ao Café Show.
No país, também é visível a abertura de cafeterias, incluindo de bandeiras conhecidas, como Starbucks. E mesmo as exportações indianas de cafés especiais têm aumentado. Desde 2001, com apoio do governo, esse avanço tem sido de 3% ao ano, sobretudo para Itália, Japão, EUA, Alemanha e Espanha.
Cerca de 65% da produção do país, estimada em 5,2 milhões de sacas, é composta pela espécie robusta, de menor qualidade. A colheita é feita nos primeiros dois meses do ano. Em 2014, a produção foi afetada por uma longa seca, que favoreceu o aparecimento de doenças.
As exportações absorvem cerca de 70% da produção. Em 2013/14, os embarques renderam US$ 810 milhões. A Índia é o maior país produtor e exportador de café solúvel do mundo, posição que já foi do Brasil.
A maior parte dos produtores é de pequeno porte e não depende só do café, o que dilui as oscilações da rentabilidade. Boa parte das lavouras é cultivada à sombra de espécies frutíferas e de pimentas, que servem de receita complementar. No país, também há em curso um programa para elevar a produção orgânica.