J.B. Matiello- Eng Agr Fundação Procafé , M.L. Carvalho – Eng Agr Faz. Reunidas LeS, Hugo Siqueira- Eng Agr Senar-FAERJ e C.A. Krohling- Eng Agr Consultor
A cafeicultura de montanha no Brasil abrange uma área de cerca de 700 mil ha de cafezais, com produção anual de 13-15 milhões de sacas. Pela topografia inclinada das áreas, ela apresenta limitações à mecanização convencional, o que eleva os custos de produção do café nessa região, pela necessidade de uso de mão de obra, escassa e cara, nos tratos e na colheita das lavouras.
O micro-terraceamento, nas ruas dos cafezais, tem surgido como uma boa alternativa para facilitar os tratos nas montanhas, formando um caminho mais plano nas ruas, como se fosse uma estrada estreita entre 2 linhas de cafeeiros, por ali podendo transitar tratores estreitos com equipamentos para os tratos.
A prática de micro-terracear, apesar de ser introduzida só recentemente, tem despertado grande interesse nos cafeicultores, pela facilidade que oferece. Por isso, sua adoção vem crescendo e, paralelamente, vem sendo aperfeiçoada, no sentido de torná-la mais econômica.
Atualmente já se tem disponíveis 5 sistemas ou modos de construir os micro-terraços em cafezais.
1-O método inicial utiliza tratores traçados, operando de marcha-ré, com lâmina traseira, a]Apresenta a desvantagem de custo elevado e de risco operacional, estimando-se um rendimento de 30-40 h de serviço por ha, ou o equivalente a cerca de 3000,00 a 4000,00 por ha.
2-Experiências também com máquina tipo BobCat de esteira, com concha escavadeira e lamina dianteira , para acerto do terraço. Neste caso pode ser abertos cerca de 1,5 m por minuto, ou o equivalente a cerca de 35-40 hs por ha, ao custo de cerca de 3500-5000,00 por ha.
3-Trabalho com pequenos tratores de esteira, com lâmina dianteira, especialmente tratores estreitos importados, estes fazendo um ha em 15-20 hs, ou cerca de 2000-2700,00 por ha.
4- Viabilidade de uso de tração animal na abertura dos micro-terraços, sistema mais econômico e acessível a pequenos produtores, trabalhando com arado no revolvimento da terra e pequena lâmina, adaptada, para retirar a terra e plainar o terraço. O rendimento observado é de 4 dias de trabalho por ha, com custo aproximado de 600,00 por ha.
5-Abertura manual de micro-terraços, com trabalhadores munidos de enxadão e enxadas. Em experiência realizada em 8 ha, foram gastos 25 hd ou cerca de 1300,00 por ha.
Na evolução do micro-terraceamento destacamos – o emprego de tratores de esteira, mais estreitos, na abertura, o que dá bom rendimento ao trabalho, existindo, já, empresas prestadoras deste serviço, a viabilidade do terraceamento com tração animal, em pequenas propriedades, ainda, o uso de trator andando nos terraços, operando colhedeiras de galhos esqueletados e o desenvolvimento de equipamentos colhedores para tratores pequenos. Pode-se usar, também, o terraceamento em linhas duplas ou a cada 3-4 ruas.
Para um bom trabalho, possibilitando a abertura de terraços com 1,30-150 m de largura, indica-se usar espaçamentos nas ruas das lavouras na base de 2,5-3,0 m, com o serviço sendo facilitado após podas.