Os cafeicultores das principais cidades produtoras sofrem com quebra na safra
a cada ano. Em 2015, estima-se que a queda de produção seja em torno de 50% e
com isso reflexos na renda do próximo ano serão inevitáveis. Executivos do setor
já se movimentam para que medidas do governo sejam tomadas.
Os cafeicultores das principais cidades produtoras sofrem com os preços
baixos na safra atual. Alguns preferem segurar a produção para aproveitar picos
de alta e guardar o café para o próximo ano.
Segundo o presidente da Sincal, Armando Matielli, o prejuízo para a safra de
2015/16 deve ser de 50% e os pequenos produtores já temem falta de renda para o
próximo ano.
A principal florada chegou neste final de semana no cinturão produtivo, mas
mesmo assim a realidade não mudou. A seca perdura desde o início do ano no
cinturão produtivo e algumas flores apresentam deformações devido ao déficit
hídrico e as altas temperaturas.
“A floração está desigual e pequena, muitas lavouras não floriram e lavouras
novas optaram pela vegetação e não pela florada”, afirma Matiell. A florada do
café chegou tarde, segundo fisiologistas o mês de novembro seria o período
inicial de formação do chumbinho. “É uma das piores floradas que já vi”,
ressalta.
Na região da Sincal, que fica em Espírito Santo do Pinhal-MG, a chuva está
irregular, mas já começa a dar indícios de que deve ser mais consistente nos
próximos dias e isso pode ser prejudicial, diz Matielli. Em chuvas de granizo ou
com muito vento as flores podem cair dos cafezais reforçando ainda mais o medo
dos cafeicultores de que o desenvolvimento da florada seja ruim.
“O ‘pegamento’ dessa florada será ridículo, as flores estão caindo. A safra
para o ano de 2015 será muito pequena”, diz.
Os cafeicultores sabem que a safra do próximo ano será ruim e já se
movimentam para que medidas do governo sejam tomadas. Segundo Matielli, há o
risco de falta de renda para os produtores. Altualmente, cerca de 85% da
produção de café em Minas Gerais é realizada por agricultores familiares. “O
produtor não vai aguentar três safras seguidas com quebra”, diz.
Por Jhonatas Simião
Notícias Agrícolas
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