Os pesquisadores da Universidade Texas A&M (TAMU) iniciaram um projeto para encontrar soluções sustentáveis frente ao problema do fungo da ferrugem, incluídas novas variedades. A TAMU também espera gerar informações que até o momento não existem, ou estão dispersas, mas que são importantes para as decisões tomadas pelos cafeicultores da região.
O Projeto do Fundo da Ferrugem (Coffee Rust Project) tem múltiplos aliados do setor privado e acadêmico, bem como da cooperação norte-americana através da Agência dos Estados Unidos para Desenvolvimento Internacional (USAID). Os resultados que se esperam obter impactarão sobre as nações da América Central, Caribe e Peru.
A equipe de especialistas que lidera essa iniciativa é do Instituto mundial de Pesquisas sobre o Café (WCR), parte da TAMU. No total, espera-se investir US$ 5 milhões em cinco anos.
O diretor executivo da WCR, Tim Schilling, disse que organizaram a implementação do projeto em cinco atividades. Uma das apostas é a inteligência de variedades. Em novembro, visitarão o país dois pesquisadores selecionados pela WCR para elaborar uma lista detalhada sobre o café cultivado nos países envolvidos no ambicioso plano. “Vão identificar as variedades que estão sendo cultivadas e onde, em cada um dos países. Depois, reunirão toda a informação que possa falar delas”. Assim, não somente as organizarão por nome – por exemplo -, mas também, por altura em que foram cultivados, desempenho observado, características mais marcantes. “Produziremos um catálogo para os produtores no começo de 2015, com as variedades disponíveis na América Central”.
Além disso, previram trazer mudas de café da África, Índia e Indonésia (grandes produtores e exportadores de café) para desenvolver testes na América Central. O coordenador do projeto sobre ferrugem, David Laughlin, disse que El Salvador receberá cerca de 10 variedades nas próximas semanas e que as análises serão feitas junto com a Fundação Salvadorenha para Pesquisas de Café (PROCAFE), entidade privada. Os testes precisam localizar terrenos ou fazendas onde possam fazer testes científicos.
“Já foram recebidas três ou quatro variedades e no transcurso das próximas semanas chegarão mais 10”, disse Laughlin. Já houve oferta de terras para fazer os testes, mas não como precisa. “Para que os resultados sejam viáveis, precisam ser aplicados em três diferentes lugares. É isso que estamos buscando”.
No total, durante os cinco anos, espera-se testar 30 variedades internacionais. O fungo da ferrugem se reproduziu em cafezais de vários países e também provocaram perdas milionárias. Assim aconteceu na América Central e na Colômbia há poucos anos. Agora, o Peru é que lida com a emergência.
O passo seguinte é separar as características essenciais de cada uma dessas variedades para encontrar a fórmula que lhes dá vida, ou seja, o mapa genético.
O projeto da ferrugem pretende elaborar um estimado de 10 a 20 variedades híbridas de café novas, que serão escolhidas com a informação dos mapas genéticos encontrados. “Na América Central, sua vantagem é produzir cafés de alta qualidade (cafés especiais) para o mercado. Aqui é onde têm sua vantagem competitiva e onde a pesquisa deve ser feita, para adiantar-se ao que vem e que sempre se mantenham competitivos frente a países que não têm, como o Brasil”, disse Schilling.
Outras atividades incluídas no projeto da WCR é a transferência de conhecimentos para reproduzir os híbridos selecionados e a preservação das características. A ideia é que o cafeicultor conheça a que pode ter acesso e se isso lhe convém.
A reportagem é do http://www.laprensagrafica.com/ Tradução por Juliana Santin