O
preço do café, em Minas Gerais, quase dobrou este ano e os produtores aproveitam
o bom momento para vender o que restou da safra.
Os
15 hectares de café que o agricultor José Astrogildo de Oliveira cultiva em Patrocínio, no Alto Paranaíba, região
do cerrado mineiro, produziram 875 sacas. Mais da metade ele vendeu no início da
colheita e recebeu, em média, R$ 350. Nesta semana, o preço do café chegou a R$
520 e ele não teve dúvida: vai vender o restante. “Com isso, eu melhoro minha
média e não posso esperar mais porque o preço pode abaixar”, diz.
Até
agora os produtores de café têm mesmo o que comemorar. É que a saca de 60 quilos
do grão beneficiado, que em janeiro valia R$ 280, hoje acumula uma alta de mais
de 85% e está sendo negociada a R$ 520.
Na
Cooperativa de Patrocínio, as vendas aumentaram em 20% nos últimos dias. A seca
do início do ano, prejudicou a produção de café, que foi 10% menor que a de
2013. A falta de chuva agora também influencia o mercado.
“O
início do período chuvoso, que tradicionalmente no cinturão cafeeiro se inicia
em setembro, não ocorreu esse ano. As previsões têm jogado o início das chuvas
para final de outubro, início de novembro, o que prejudica ainda mais a safra de
2015”, explcia Sérgio Dornellas, superintendente da Expocaccer.
Nas
lavouras do cafeicultor Gláucio de Castro, também em Patrocínio, a falta de
chuva deve comprometer a produtividade para a próxima safra. As plantas estão se
desenvolvendo de forma irregular.
“A
gente observa que o chumbinho já está crescendo, o normal para essa época do
ano, e outras áreas que ainda não floraram. Então a gente vê que isso só vai se
igualar quando voltar a chover e boa parte vai se perder, o que acarreta em uma
produtividade menor”, diz.