Um pouco da hitória de Londrina e do café décadas 60 e 70 e do grão de café de ouro dado a Castelo Branco

Por: Folha de Londrina

”Meu pai ficou sob ordens”

A filha do ruralista Omar Mazzei, Elza Helena Guimarães Bastos, que atualmente mora em Umuarama (cidade-pólo/Noroeste), era recém-casada com o advogado Joaquim Bastos e ainda se lembra do constrangimento das autoridades militares encaradas pelas declarações.

”Meu pai ficou sob ordens na exposição, mas acabou sendo liberado. As pessoas pensaram que seria preso. Ele foi um homem de coragem ao se expor daquela maneira, apresentando os problemas dos agricultores”, acrescentou Elza Helena.

A ”punição” que não chegou a Mazzei, pôs nas grades o radialista Jovino Campos. Ele fez um pronunciamento na Rádio Clube reforçando as críticas ao governo Castelo Branco. O cometarista esportivo permaneceu dois meses preso em Ponta Grossa.

E será que o panorama da agricultura mudou ao longo dos anos? O jornalista Widson Schuwartz avalia a conjuntura econômica dos anos 60 e 70, décadas em que o grão de café de ouro dado a Castelo Branco representava a importância de Londrina, como referência agrícola nacional.

”Tanto que os primeiros presidentes do Instituto Brasileiro do Café (IBC) eram da região. Nos anos 70, Londrina ainda se manteve em destaque no cenário agrícola por desenvolver tecnologias de soja. A tecnologia de soja empregada no Centro-Oeste do País foi desenvolvida aqui”, afirma.

Para o jornalista, fazendo uma panorâmica sobre as últimas décadas, a imagem de Londrina como referência agrícola ficou no passado, com lideranças a exemplo de Mazzei.

”Atualmente, a gente percebe que falta também infra-estrutura na região para que volte a ocupar esse espaço. Não dá para admitir que a cidade não tem rodovias duplas, que são necessárias para a atração de investimentos e facilitar o escoamento da produção. Quando a gente vem de São Paulo, a BR-369 se torna um funil até Londrina”, conclui o jornalista, ilustrando com a alegoria as dificuldades que se traduzem em dor de cabeça para os que trabalham pelo desenvolvimento da região. (F.L.)

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