21/09/2014
Estiagem prejudicou a safra do grão no sul do estado.
Dados da CONAB
apontam queda de 20% na produção do café na região.
Do Globo Rural
A colheita do café está no fim em minas gerais. A quebra na produção deve
chegar a 20% por causa da estiagem e os produtores já se preocupam com a próxima
safra.
Na propriedade do agricultor Hugo Afonso Dominguetti, em Varginha, no sul de
Minas Gerais, a área com pés de café em produção aumentou de 65 para 90 hectares
este ano. Ele esperava colher três mil sacas, mas, com a colheita praticamente
no fim, ele acha que a plantação só deve render duas mil. “Devido à seca tivemos
um perca de cerca de 30%”, avalia.
Segundo a estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), , a
safra brasileira de café deve ser de 45,1 milhões de sacas de 60 quilos, com
redução de 8,16% em relação a 2013. O café mais prejudicado foi do tipo
arábica, que teve queda de 16%. No sul de Minas, principal região produtora, a
queda chegou a 19,6%. O principal motivo foi a seca.
Na propriedade do agricultor Luiz Flávio Abreu Botrel a produção caiu 36% em
relação a 2013. Ele já está preocupado com a próxima safra. Como ainda não
choveu, os pés de café não estão se desenvolvendo bem. “Com baixo crescimento
vegetativo, caiu muita folha”, diz.
A alternativa está sendo podar mais plantas. Normalmente, a poda é feita em
até 25% da plantação para não comprometer a produtividade. Mas em algumas
fazendas o trabalho está tendo que ser feito em até metade dos pés, o que deve
impactar diretamente na safra de 2015.
As plantas que passam pela poda radical só voltam a produzir em 2016. No
próximo ano, a produção do produtor será reduzida pela metade. “A gente vai ter
que diminuir nossos gastos. Vamos ter que regrar mais. Então, vai ser um ano
bastante difícil”, diz Botrel.
Nessa semana foi criada uma polêmica. A CONAB divulgou uma projeção de
aumento para a safra de café de 2015, chegando a 48 milhões de sacas. O número
foi contestado pela Confederação Nacional da Agricultura e pela Fundação
Prócafé.
O presidente da cooperativa de Varginha também não acredita em um aumento da
safra. “No mínimo, a safra quebra 20% pelo que aconteceu para trás e pode se
agravar daqui para frente se as chuvas não se normalizarem”, diz Oswaldo
Henrique Ribeiro.