Safras
Fábio Rübenich
O Brasil, maior produtor e exportador mundial de café, corre o risco de sofrer em 2015 a terceira quebra consecutiva de safra, algo que não acontece desde 1965.
O diretor e sócio da P&A Marketing Internacional, Carlos Brando (foto: arquivo CNC), comentou em entrevista exclusiva à Agência SAFRAS que a possibilidade de redução no volume de safra é muito grande, pois uma florada precoce já foi perdida e outra pode ter o mesmo destino, devido à falta de chuvas em Minas Gerais, principal estado produtor.
“Vamos ter um período crítico agora, entre setembro e novembro, quando ocorrem normalmente as floradas. Vamos ver se elas pegam ou não. Houve um crescimento menor dos ramos produtivos por conta da outra estiagem, grave, do início do ano. Portanto, a tendência é de haver uma safra menor do que se esperava. Mas, agora, neste momento, é muito difícil de se avaliar (o tamanho da redução)”, disse o consultor.
Brando foi o mediador, ontem, do painel “Mercado Macroeconômico: Produção e Mercado”, dentro da programação da Semana Internacional do Café, evento que está sendo realizado em Belo Horizonte entre os dias 15 e 18 de setembro.
NÃO É APENAS NO BRASIL — O Brasil está vivendo um ano bastante problemático na cafeicultura, com falta de chuvas acentuada na Região Sudeste, principal área produtora. Como resultado, a safra 2015 poderá ser a terceira consecutiva de quebra de safra, algo que não acontece desde 1965 com o principal produtor e exportador mundial do grão.
“Mas não é só o Brasil que vive um ano complicado”, disse em entrevista exclusiva à Agência SAFRAS o diretor e sócio da P&A Marketing Internacional, Carlos Brando. “Os países produtores de café arábica da América Central, e também o Peru e a Colômbia, foram e estão sendo muito afetados pela ferrugem. Estive no México há duas semanas e o clima por lá é de muito pessimismo. Dentre esses países todos, apenas Honduras e Colômbia obtiveram boas recuperações e estão com perspectivas de colheitas boas”, disse Brando.
“O momento, portanto, é muito complicado para vários países produtores de café arábica, especialmente o Brasil”, assinalou o consultor da P&A.