Muito investimento e pouco consumo causam desequilíbrio na China

| 21.03.2006

5 de abril de 2006 | Sem comentários Comércio Exportação
Por: Revista Exame

Governo quer diminuir o nível de investimentos no país, que não pára de crescer. No primeiro bimestre, o capital investido em ativos fixos subiu 26,6%

EXAME A China é o país que mais cresce no mundo. Disso, todo mundo sabe. Mas parece que os chineses ainda não se deram conta. O consumo das famílias não tem acompanhado o boom de investimentos pelo qual vem passando o país. De 2000 a 2005, o volume de investimentos em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) saltou de 36% para 44,8%. Enquanto isso, as vendas no varejo subiram apenas 12,9%.

O governo já percebeu esse desequilíbrio e vem implementando uma série de medidas para diminuir o volume de investimentos em setores que exijam consumo interno. Uma delas é a definição de limites para empréstimos por parte dos bancos. O objetivo é impedir que esse dinheiro seja direcionado à construção de shopping centers, apartamentos de luxo e outras obras desnecessárias.

Nesse mês, o parlamento chinês definiu uma meta: até o final de 2006, os investimentos em ativos fixos deverão crescer, no máximo, 18%. Não será uma tarefa fácil, pois já no primeiro bimestre desse ano os investimentos nesse segmento aumentaram em 26,6% sobre o mesmo período do ano passado.

A China tem uma população de 1,3 bilhão de habitantes, sendo 750 milhões economicamente ativos. No entanto, o país está longe de ser uma máquina de consumo. O que é produzido localmente tem como destino o mercado externo e não a mesa da família chinesa – que ganha pouco. A renda per capita é 1 295 dólares nos centros urbanos e 402 dólares nas zonas rurais. No ranking per capita mundial, a China está em 129º lugar.

No ano passado, o governo adotou algumas medidas para aumentar a capacidade de consumo da população chinesa. Impostos sobre produtos agrícolas foram cortados, e o salário mínimo, aumentado.

Com tanto investimento e pouco consumo, alguns setores da economia – sobretudo os produtores de aço e de cimento – estão sendo obrigados a diminuir seus preços. O governo tem a esperança de que, com os preços em queda, os chineses consigam consumir mais, levando a produção doméstica de volta ao equilíbrio.

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