07/07/2014 – A volatilidade no mercado de café arábica se fez presente mais uma vez na sessão desta segunda-feira (07) na Bolsa de Nova Iorque (Ice Futures US). As máximas para o vencimento setembro chegaram a 172,80 centavos de dólar por libra-peso, enquanto as mínimas apresentaram 166,10 cents/libra-peso, 670 pontos de diferença.
O analista Fabiano Odebrechet acredita que o anúncio feito pela diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional, Christine Lagarde, sobre possível redução no crescimento mundial esperado possa ser a justificativa para o registro de mais baixas. “Não há nada específico no mercado que fundamente essa queda de hoje, a não ser isso.”
O mercado fechou com leves quedas entre 50 a 70 pontos para os contratos mais negociados. O vencimento setembro encerrou em 171,00 cents/libra-peso. Dezembro anotou 174,75 centavos/libra-peso. Os contratos com entrega para março/2015 registraram 178,05 cetns/libra-peso e maio/2015 cravou o patamar dos 180,00 cents/libra-peso.
Apesar das últimas quedas em NY, analistas e produtores acreditam que esses ajustes técnicos estejam justos para esse período. “Se pensarmos que em fevereiro, o café chegou a 100,00 cents/libra-peso e que agora está entre 160,00 a 170,00 centavos/libra-peso, podemos concluir que os valores não estão ótimos, mas bons”, disse Fabiano.
O presidente do Conselho Regional de Café da região de Guaxupé-MG, Fernando Barbosa, concorda com a análise. “No momento, o mercado está equilibrado, o consumo e a quantidade estão dentro da balança. Mas, a quebra brasileira vai se confirmar e diante disso, vai faltar café de boa qualidade, com peneiras acima de 15, e a tendência para os próximos meses é de alta.”
Enquanto o mercado está baixista, os produtores com melhores condições seguram seus estoques, visando melhores negociações em um futuro próximo. “Eu aconselho a todos os produtores que têm dívidas, a venderem seus estoques e pagá-las. Não é certo segurar café precisando de dinheiro. Mas para quem consegue segurar, a tendência para o futuro é de alta”, explicou o analista.
“Alguns produtores que precisam quitar débitos estão vendendo cafés mais fracos, com resíduos e assim segurando os de melhor qualidade para tentar um valor melhor”, concluiu Fernando.
Fonte: Notícias Agrícolas // Talita Benegra