04/07/2014
Hoje adversários nos gramados pela Copa do Mundo, Brasil e Colômbia travam uma disputa mais antiga que, no momento, atrai também muita atenção. Maiores produtores e exportadores de café arábica do mundo, os dois países estão em fase de definição da oferta disponível da commodity e dessa definição sairá uma tendência mais clara para os preços, extremamente voláteis nos últimos anos.
A Colômbia, que enfrentou problemas com pragas há alguns anos, está em fase de recuperação de produção e exportações e, com isso, começa a reocupar suas tradicionais participações no mercado mundial. A produção no país cresceu 27% nos últimos 12 meses (até junho) em relação ao ano móvel anterior, para 11,5 milhões de sacas de 60 quilos, informou a Federação Nacional dos Cafeicultores do país (Fedecafé). A expansão refletiu a maior produtividade das plantações, resultado de programas locais de renovação dos cafezais.
Somente no primeiro semestre, a produção cresceu 12% na comparação com o mesmo intervalo de 2013, para 5,5 milhões de sacas.
Nos últimos doze meses, as exportações de café da Colômbia superaram 10,6 milhões de sacas, aumento de 31%. Nos primeiros seis meses de 2014, os embarques totalizaram 5,3 milhões de sacas, alta de 22% sobre janeiro a junho do ano passado, conforme a Fedecafé.
Segundo dados divulgados nesta semana pela Organização Internacional do Café (OIC), a recuperação dos embarques colombianos inclusive roubou espaço das vendas externas mundiais de café robusta nos últimos 12 meses.
O Brasil, por sua vez, que teve um recuo significativo nos embarques em 2012, recuperou seu volumes tradicionais e vem mantendo uma participação em torno de 30% nas exportações globais de café. De janeiro a maio, as vendas externas brasileiras da commodity totalizaram 14,5 milhões de sacas (grãos verdes e industrializados), 13,9% mais que em igual período de 2013, de acordo com o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (CeCafé).
A safra de café 2014/15 do Brasil, que está sendo colhida, é estimada pela Conab em 44,57 milhões de sacas (arábica e robusta), queda de 9,33% sobre 2013/14. Mesmo com a quebra esperada na produção de arábica – cerca de 70% da colheita nacional – os volumes brasileiros são muito superiores aos da Colômbia. Já a “eterna” rivalidade entre os dois países no quesito qualidade do grão, pelo jeito, vai continuar por muitos anos.
Fonte: Carine Ferreira; Valor Econômico