Portugal homenageia seu café com museu multimídia

CaféPoint – 01/07/2014


Apesar de Portugal não produzir café diretamente, o chamado “ grão de ouro” está tão intimamente ligado à sua cultura que o país conta agora com um moderno museu que homenageia o grão com fins informativos e turísticos.


A iniciativa é feita pela marca Delta, que compra os grãos de países como Brasil ou Colômbia, e os processa em sua torrefação, considerado um dos segredos do café português, popularmente reconhecido como um dos melhores do mundo.


A paixão dos portugueses por essa bebida é visível em um mero passeio por suas ruas e bares mais tradicionais, pequenos recantos onde a pequena “bica” – equivalente ao expresso – é quase um símbolo nacional e tem se tornado, inclusive, um ritual imprescindível para os turistas.


Fora dos grandes núcleos urbanos, o município de Campo Maior, a 225 quilômetros de Lisboa, e fronteiriço com a região espanhola de Extremadura, abriga o “ Centro de Ciência do Café”, um museu que ocupa 3.500 metros quadrados e que aspira se tornar um novo polo de atração de visitantes para revitalizar a economia da região, de marcado caráter rural.


Com um investimento de 2,8 milhões de euros (US$ 3,75 milhões), parcialmente financiado por fundos comunitários, a iniciativa é ideia do fundador do Delta, Rui Nabeiro, que seus compatriotas reconhecem por ser um dos poucos empresários que decidiu não migrar para a capital e optou por fazer negócios no local onde nasceu.


“O centro foi inaugurado em 28 de março e já passamos de 5.000 visitantes. Ainda não temos dados sobre o retorno econômico do projeto para a região, mas pretendemos que seja um importante polo de atração turística e que contribua a setores com restauração ou hotelaria”, disse diretora, Cecília Oliveira.


O museu recorre à história do café desde seu cultivo até seu transporte e posterior torrefação em Portugal, mas o faz na forma de multimídia, através de painéis interativos, simuladores, jogos e vídeos.


Quem visita suas instalações pode se submeter a diferentes “experiências sensoriais”, como perceber o clima úmido onde crescem as sementes, entrar em uma antiga torrefação ou “navegar” em um navio do século XV, época em que o café chegou a Europa graças aos conquistadores lusitanos.


Visitas virtuais a algumas das mais emblemáticas cafeterias do país ou uma viagem por antigas máquinas de café são outras das atividades que esse museu oferece, que inclui uma biblioteca com documentação especializada. “Queremos divulgar a cultura do café, associando em um mesmo espaço o conhecimento tecnológico e o científico dessa bebida”, disse Oliveira.


Ainda que no centro não se realizem pesquisas propriamente ditas, entre seus sócios estão universidades, instituições e empresas do setor com o proposito de divulgar as características e propriedades desse produto.


Nesse espaço, prevê-se organizar também conferências e simpósios relacionados com o tema desse centro que, na opinião de Oliveira, é “único na Europa”, comparável ao impulsionado pela Heineken em Amsterdã sobre a cerveja.


“Promotores e agentes de turismo já estão nos procurando para fazer visitas guiadas”, disse ela, que recordou que todos os conteúdos do museu estão disponíveis em espanhol, inglês e português.


A reportagem é da agência EFE / Tradução por Juliana Santin


 

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