Oeste baiano estima produção de safra em 480 mil de sacas

19/05/2014 – De acordo com o vice-presidente da Abacafé (Associação dos Cafeicultores do Oeste da Bahia), Glauber de Castro, nesta safra o número de sacas por hectare deve registrar uma pequena queda em relação ao histórico de produtividade da região. “Há algum tempo a Abacafé tem registrado uma média de 45 sacas por hectare, porém na safra 2014/2015, em específico, o número deve ficar em torno de 40 sc/ha, devido a algumas renovações de área. Já para 2015, esse mesmo parque cafeeiro deve chegar a 48 sacas por hectare, retornando a média histórica da região em 45 sacas”, explica Castro.


Em algumas propriedades, o ataque do bicho mineiro também contribuiu para essa pequena derrubada de produtividade. “Devido ao calor excessivo nos meses de janeiro e fevereiro e o baixo registro de chuva, o ataque do bicho mineiro também afetou na produção do café, visto que é de característica da praga o ataque em folhas de ponteiro, não permitindo que os grãos localizados mais no alto da planta façam a granação normal, o que afeta diretamente na qualidade do grão”, comenta Glauber.


Apesar da queda em relação a média histórica, o presidente da Abacafé afirma que com relação a safra anterior, os resultados serão positivos. “Ao contrário do que ocorreu no Brasil todo, que ano passado teve uma grande colheita, com recordes, no oeste da Bahia tivemos uma colheita mediana. Esse ano, a colheita deve ser maior por conta disso”, explica Dhone Dognani.


Atualmente, a produção de café tipo arábica produzido no oeste da Bahia, de característica aromática levemente frutada e floral com excelente doçura e acidez, representa 14.704 hectares de área plantada, em um sistema totalmente irrigado, com área produtiva perto de 12 mil ha.


Hoje, o café do oeste abastece tanto o mercado interno como o externo. Estima-se que 70 % do café produzido no oeste baiano são destinados para o mercado externo, 20 % para o mercado de formulação de blends de café e 10% para a indústria.


Mercado do café


A segunda estimativa para a produção da safra cafeeira (espécies arábica e robusta) em 2014, divulgado nesta última quinta-feira, 15, pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indica que o país deverá colher 44,57 milhões de sacas de 60 quilos de café beneficiado.


O resultado representa uma redução de 9,33%, ou 4,58 milhões de sacas quando comparado com a produção de 49,15 milhões de sacas obtidas no ciclo anterior, reflexo do baixo volume pluviométrico registrado no sudeste do país, fato que fortalece as expectativas do mercado.


Diante dessa grande quebra na produção nacional, Glauber vê o mercado de café baiano bastante aquecido. “O reflexo da seca severa no sul de minas, no cerrado e na mogiana, regiões tradicionais na produção de café, tem elevado o preço, nos colocando novamente no mercado, visto que aqui (oeste da Bahia) o custo de produção é mais caro por hectare, devido a irrigação, energia, altos tratados de solo, mão de obra e mecanização. Hoje, nós já temos oportunidade de comercializar café para 2015, no valor de R$ 500,00 a saca ”, ressalta.


Indicação Geográfica


O trabalho pelo registro de Indicação Geográfica do café produzido oeste da Bahia segue em análise em Brasília, aguardando apenas o registro emitido pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), órgão responsável pela concessão, reconhece a reputação, o valor e a identidade própria da origem, além de distinguir o produto em relação aos seus similares disponíveis no mercado. Entre os itens avaliados, estão as características naturais, como solo, vegetação e clima e humanas (história e o modo de preparo). “Estamos ansiosos com os encaminhamentos finais. A Indicação Geográfica chega para toda cafeicultura do oeste baiano tirar proveito e dizer que esta região é apta em produzir um café de qualidade”, pontua Glauber.


As informações são da abacafe.org.br e do G1


 

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