23/04/2014
Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta terça-feira com fortes ganhos, em um pregão caracterizado por significativas compras especulativas e de Fundos.
A sessão teve uma boa volatilidade e o volume comercializado registrou ligeira retração, uma vez que o primeiro contrato passou a ser notificado nesta terça-feira na casa de comercialização norte-americana. Os ganhos, mais uma vez, podem ser explicados pelo clima de temor que tomou os operadores, diante de um quadro de indefinição quanto à disponibilidade do café. Vários números continuam a “pipocar” pelo mundo e vários deles são bastante diferentes, não dando espaço para que os participantes possam ter uma linha de conduta mais conservadora.
Diante de uma indefinição de qual tamanho da oferta, vários operadores se voltam para as compras protetivas, o que permite oscilações tão relevantes quanto às verificadas nesta terça. Players destacaram, ao longo do dia, os novos números da Volcafé sobre a safra brasileira. A empresa, que pertence a trading ED&F Man e que tem uma boa receptividade no mercado, avaliou que a produção do país chegará a 45,5 milhões de sacas, queda de 10% em relação a 2013. A retração mais efetiva, no entanto, seria da produção de arábica, que teria um revés de 18%, totalizando 28,4 milhões de sacas. Assim como vários outros participantes, a Volcafé aponta que o clima seco e quente afetou a safra atual e também poderá trazer problemas para a temporada 2015/2016.
No encerramento do dia em Nova Iorque, a posição julho teve alta de 1.420 pontos, com 213,40 centavos de dólar por libra peso, com a máxima em 215,70 centavos e a mínima de 198,80 centavos, com o setembro registrando oscilação positiva de 1.415 pontos, com 217,65 centavos por libra, com a máxima em 202,10 centavos e a mínima em 191,65 centavos. Na Euronext/Liffe, o maio teve alta de 28 dólares, com 2.146 dólares por tonelada, com o julho apresentando valorização de 20 dólares, para 2.156 dólares por tonelada.
De acordo com analistas internacionais, as oscilações do dia foram mais positivas até mesmo se comparadas às previsões dos bulls (altistas) . O dia se iniciou muito próximo do nível de 200,00 centavos para o julho . Chegou a ter uma ligeira oscilação negativa, mas, rapidamente, as ações compradoras foram empreendidas. O julho flutuou durante um bom período próximo dos 210,00 centavos. Entretanto, na segunda metade do dia ganhou ainda mais corpo e chegou a superar a marca psicológica de 215,00 cents. Nas máximas, algumas realizações ligeiras foram notadas.
Nas zonas produtoras do Brasil, a terça foi de retomada dos trabalhos depois de longo feriado, mas as ofertas foram diminutas. No segmento externo, alta para as bolsas de valores nos Estados Unidos e estabilidade do dólar ante uma cesta de moedas internacionais. As commodities softs tiveram altas integrais, com o grande destaque sendo o café (7,12%),seguido do suco de laranja (+1,39%).
“O mercado se mantém muito preocupado com a questão da oferta global, principalmente diante de uma incerteza sobre qual será o volume a ser colocado à disposição dos compradores, ante a quebra no Brasil, na América Central, no México e, quem sabe, até mesmo no Vietnã. A verdade é que alguns players estão temerosos com a diminuição dos estoques, algo que já foi constatado, por exemplo, nos certificados de robusta em Londres. Ante esse cenário, verificamos essa boa variação de preços e até a conquista de intervalos bastante interessantes e que, há quatro ou cinco meses, seriam improváveis”, disse um trader.
As remessas internacionais de café do Peru durante oprimeiro trimestre de 2014, totalizaram 384 mil sacas , contra 254 mil sacas embarcadas nos três primeiros meses do ano passado, o que significou um aumento de 51%. Os embarques registrados no período de janeiro a março de 2013 tiveram receita de 46 milhõesde dólares, enquanto neste ano totalizaram 53 milhões de dólares. O preço médio FOB atingiu 106,27 dólares, contra 138,76 dólares do mesmo período do ano passado.
As exportações brasileiras no mês de abril, até o dia 17 ,totalizaram 1.153.093 sacas de café,alta de 23,54% em relação às 933.329 sacas embarcadas no mesmo período do mês anterior, de acordo com informações do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).
Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram queda de 6.265 sacas, indo para 2.578.885 sacas.
Tecnicamente, o julho na ICE Futures US tem resistência em 215,70, 216,00, 216,50, 217,00, 217,50, 218,00, 218,50, 219,00, 219,50,219,90-220,00, 220,50 e 221,00 centavos de dólar, com o suporte em 198,80,198,50, 198,00, 197,50, 197,00, 196,50, 196,00, 195,50, 195,00, 194,50, 194,00,193,50 e 193,00 centavos.
Fonte : Agnocafe