Café: NY atinge maior preço em 25 meses e maio fecha em US$ 2,06

Os contratos futuros do café arábica atingiram o maior preço em 25 meses na Bolsa de Nova Iorque (Ice Futures US) nesta quinta-feira (10). Em mais uma sessão extremamente volátil, os contratos para entrega mais próxima tiveram altas acima dos 600 pontos.

O vencimento maio fechou em 206,10 centavos de dólar por libra-peso e alta de 625 pontos. A máxima do dia para o contrato foi 207,80 e a mínima de 199,95. O vencimento julho fechou em 208,40 cents e o setembro encerrou com 210,40 cents / libra-peso.

De acordo com o analista de mercado Eduardo Carvalhaes, o mercado internacional está observando não apenas um déficit de produção nesta safra, mas também nas próximas. “Há uma grande insegurança no mercado, pois os investidores ainda não sabem qual é a dimensão das perdas para este a para as próximas safras… Se as chuvas forem normais daqui para frente, não conseguiremos repor o déficit hídrico”.

A analista Judith Ganes, da J. Ganes Consulting, afirmou em entrevista à Bloomberg, que “a produção de café no Brasil deverá ser prejudicada pelos próximos três anos”, afirmou Judy Ganes-Chase, presidente da J. Ganes Consulting, no Panamá. “As árvores não conseguirão recuperar a umidade necessária depois de sofrerem com falta de chuvas e nutrição. As árvores também ficarão mais susceptíveis a doenças e outros problemas que não estão aparentes agora irão se manifestar no futuro”.

A possível incidência de um El Niño no segundo semestre poderá piorar ainda mais a situação dos cafezais, segundo os analistas, já deve trazer excesso de chuvas ao Brasil no período de colheita e aumentar a incidência de ferrugem em cafezais da América Central.

Cautela na colheita
Em algumas regiões produtoras, como em Carmo do Rio Claro-MG, cafeicultores já começam a colher parte de seu café que está amadurecendo precocemente devido ao excesso de calor. Agrônomos e especialistas no setor sugerem cautela e uma melhor avaliação da qualidade dos grãos antes de investir dinheiro na colheita.

É o que explica o engenheiro agrônomo Sálvio Gonçalves, que atua na região do Sul de Minas, e participou do encontro dos Grupos Técnicos em Cafeicultura (GTEC’s Café) promovido pela Syngenta, entre os dias 2 e 4 de abril em Poços de Caldas-MG. “Estamos presenciando um fato histórico na cafeicultura brasileira por conta do clima extremo dos últimos três meses… Nós orientamos os cafeicultores a não realizarem prematura durante o mês de abril, apenas pela aparência e cor do fruto. Ele deve realizar levantamento por amostragem”.

O café também registrou alta no mercado interno, nas principais praças comercializadoras. Em Patrocínio-MG e Varginha a saca de 60 kg do café bebida dura, tipo 6, é comercializada a R$ 480,00. Em Guaxupé-MG, a saca registrou alta de 3,31% hoje e é vendida por R$ 468,00. 


Fonte: Notícias Agrícolas // Fernanda Bellei

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