Amostras de frutos estudados para o desenvolvimento da pesquisa
A escassez de chuvas no primeiro trimestre de 2014 pode trazer sérias consequências para a produção de café arábica no Brasil, com perdas que irão de 15% da colheita estimada a 50% nas lavouras situadas em regiões de baixa altitude, onde choveu menos neste ano e os solos são arenosos. O diagnóstico faz parte de um estudo do professor Alemar Braga Rena, especialista em fisiologia e nutrição de plantas, cafeicultor na Zona da Mata e engenheiro agrônomo formado pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), de Minas Gerais.
No documento, intitulado “Seca e Alta Temperatura nos Cafezais Brasileiros: um estudo de caso e sua amplitude nacional”, o professor alerta que este período pode ser considerado como “a segunda maior anomalia climática na produção cafeeira brasileira”, sendo superado apenas pela época da “geada negra”, ocorrida em 1975.
Cenário preocupante – O levantamento define quatro cenários para as perdas da cafeicultura. No primeiro, tendo como base as melhores lavouras, situadas em altitudes elevadas, com solos férteis e ricos em matérias orgânicas, as perdas deverão ficar em 15%. Nessas mesmas condições, mas onde os índices pluviométricos não foram tão baixos, as perdas deverão oscilar ente 20% e 30%. Já nas lavouras de baixa altitude, com poucas chuvas e solos arenosos, as perdas irão variar de 30% a 50%. Em relação às lavouras jovens, com quatros anos ou menos de existência, dependendo dos índices pluviométricos e do teor de matéria orgânica no solo, as perdas poderão ultrapassar a 50%.
O documento alerta, ainda, que, os danos à lavoura podem afetar as safras 2015/2016 e 2016/2017, “caso não haja chuvas abundantes nos próximos 120 dias”. Este é o prazo necessário para se recuperar a deficiência hídrica do solo da maioria das regiões produtoras de café. “A planta pode sofrer danos irreparáveis no médio prazo”, conclui o estudo.
Acesse o documento do estudo aqui.
Fonte: Assessoria de Comunicação CNA via Canal do Produtor