Em mais um dia de realização de lucros, o mercado do café arábica voltou a fechar em queda nesta terça-feira (1) na Bolsa de Nova Iorque. Os contratos para entrega mais próxima perderam mais de 250 pontos e ficaram abaixo dos 180 centavos de dólar por libra-peso.
O vencimento maio fechou em 175,25 cents / libra-peso e o julho encerrou em 177,35 cents, ambos com queda de 265 pontos. Já o vencimento setembro perdeu 270 pontos e fechou em 179,35.
Mais uma vez, o noticiário internacional aponta a previsão de chuvas para a região produtora como o principal fator de queda nos preços, porém, agrônomos e especialistas afirmam que as chuvas, a esta altura, não conseguirão reverter os danos já causado pela estiagem prolongada.
“Claro que é impossível ter um verão ‘mais úmido’ que o normal, mas mesmo que as chuvas chegarem nesta época, elas não farão nada além de aliviar a situação, mas não resolverão os danos irreversíveis que já foram registrados”, informou hoje a trader sul-africana I&M Smith.
Previsão de fortes perdas no Brasil
Em seu relatório seminal para o café, a consultoria norte-americana J. Ganes Consulting informou que o mercado deve “começar” a reconhecer as grandes perdas que a seca está provocando na safra brasileira. A consultoria aponta para perdas de até 40% nas áreas mais afetadas pela seca. Clique aqui para ler mais informações do relatório.
Fernando Barbosa, presidente do Conselho Regional de Café da região de Guaxupé-MG, afirma que faltam informações de órgãos oficiais que comprovem os grandes danos sofridos pelos cafezais no Brasil. “Já sabemos que as perdas vão ser muito grandes em algumas regiões, como em Três Pontas-MG, onde podem chegar a 45% da safra, mas ninguém informa isso”. Ele defende ainda que os fundamentos são altistas e que os preços podem se recuperar em breve.
No mercado físico, o café tipo 6, bebida dura, teve leves quedas em algumas praças, como Marília-SP, Franca-SP e Maringá-PR, onde a saca de 60 Kg caíram até 2,50%. Em Guaxupé, a saca se manteve em R$ 408,00.
Fonte: Notícias Agrícolas