Os produtores do sul de Minas Gerais que investiram no plantio de novas áreas de café foram surpreendidos com o forte calor desse início de ano. Muitas mudas secaram e as que conseguiram sobreviver vão sofrer um atraso no desenvolvimento.
A planta foi queimada pelo sol e o pé novo de café morreu seco. Depois de ver parte da lavoura sofrer com o calor e a falta de água, o produtor Roberto Rezende, de Três Pontas, começou a aplicar uma calda, que segundo ele, funciona como um filtro solar nas folhas. “Nada mais é do que cal virgem com açúcar, fica uma camada esbranquiçada, que ajuda a amenizar o sol escaldante”, diz.
As mudas plantadas no fim do ano passado não aguentaram. A chuva dos últimos dias foi fraca, não chegou a 30 milímetros, e não ajudou a salvar a plantação.
As mudas que sobreviveram, não conseguiram se desenvolver e ficaram muito pequenas. Se não fosse a estiagem fora de época, elas estariam com o dobro do tamanho que estão agora, mas nesta situação, todo o ciclo produtivo da planta está comprometido.
Em outra lavoura, por exemplo, a primeira produção deve acontecer com, pelo menos, um ano de atraso. A produção da lavoura de café se inicia, em média, a partir de dois anos e meio, mas na propriedade de Venício Mesquita, dos 80 mil pés de café plantados em novembro, mais da metade não resistiu à estiagem deste começo de ano.
Em Varginha, as lavouras de café também sofreram com a estiagem. O agrônomo Rodrigo Paiva explica como o clima afeta os novos pés e o comprometimento da produtividade no futuro. Confira a entrevista no vídeo com a reportagem completa.