Mercado avalia clima no Brasil, mas café volta a recuar na ICE

27 de janeiro de 2014 | Sem comentários Análise de Mercado Mercado

27/01/2014

Os contratos futuros de café arábica negociados na ICEFutures US encerraram esta sexta-feira com quedas, com a posição março voltando a se posicionar abaixo do referencial de 115,00 centavos, sem, contudo, de distanciar desse marcador psicológico.

O dia foi iniciado com preços próximos da estabilidade mas, rapidamente, as ações de venda passaram a ser empreendidas,permitindo ao março flutuar dentro do range de 113,00 centavos. Algumas recompras vieram na seqüência, com as devidas desacelerações das perdas. Assim,o mercado trabalhou dentro de aspectos técnicos, sem maiores novidades e solavancos e o fechamento se deu dentro de um intervalo já trabalhado ao longo da semana, que foi encerrada acumulando uma perda de 2,34% para o março.

O mercado continua focado em avaliar as questões sobre disponibilidade. Depois da avaliação de que o Brasil não colherá um volume de café recorde, como se esperava até há algumas semanas, o movimento das calculadoras e das planilhas aumentou em projeção geométrica.

Por sua vez, agrônomos brasileiros apontam para outra preocupação que ronda as lavouras locais. O centro-sul do país vive um janeiro de temperaturas extremamente altas e as chuvas estão se caracterizando pela irregularidade. Tradicionalmente, o primeiro mês do ano traz muitas chuvas, que são fundamentais para o “enchimento” dos grãos. Neste 2014, no entanto, o cenário é diferente, com o volume pluviométrico não sendo dos mais fortes, ao passo que a terra seca rapidamente, diante de temperaturas dignas de deserto. Para alguns dos agrônomos, essa desarmonia climática poderá afetar o desenvolvimento dos frutos .

No encerramento do dia em Nova Iorque, a posição março teve queda de 80 pontos, com 114,40 centavos de dólar por libra peso, com a máxima em 115,10 centavos e a mínima de 113,65 centavos, com o maio registrando retração de 80 pontos, com 116,70 centavos por libra, com a máxima em 117,50 centavos e a mínima em 115,95 centavos. Na Euronext/Liffe, o março teve baixa de 2 dólares, com 1.708 dólares por tonelada, com o maio tendo desvalorização de 1 dólar, para o nível de 1.686 dólares por tonelada.

De acordo com analistas internacionais, o dia foi caracterizado por ações técnicas, sem grandes novidades. Os vendedores se mantiveram à frente das ações, no entanto, as liquidações não avançaram deforma significativa e a posição março se manteve dentro de um intervalo de apenas 145 pontos. No segmento externo, o dia foi de retrações consideráveis nas bolsas de valores dos Estados Unidos, influenciadas por um quadro de maior aversão de riscos, principalmente após o anúncio, ao longo da semana, de números fracos do segmento industrial chinês. O dólar teve poucas oscilações e,nas commodities, os softs tiveram oscilações negativas para café e açúcar, como cacau mantendo o quadro positivo.

“Voltamos a flutuar proximamente dos menores patamares do ano, mas dentro de um intervalo que não foge do nível de 115,00 centavos. Os players se voltam para avaliações técnicas e, dentro de alguns contextos gráficos, o sentimento baixista ainda prevalece, mesmo após o pequeno’refrigério’, vindo na esteira das novas avaliações sobre a safra brasileira. A tendência de curto prazo, porém, é de manutenção do atual intervalo”,disse um trader.

As remessas internacionais de café arábica lavado de nove nações da América Latina caíram 10,6% nos primeiros três meses do ano safra 2013/2014, se comparadas com o mesmo período do ano anterior, indicou a Anacafé (Associação Nacional de Café da Guatemala), responsável pelas estatísticas do grupo.

Segundo os dados, as nações embarcaram 5,42 milhões de sacas entre outubro e dezembro passados, frente a 6,07 milhões de sacas de 2012/2013. Nesses três primeiros meses, as quedas de exportação mais proeminentes foram da Nicarágua, em 76,3%, com 99 mil sacas vendidas; México, com baixa de 75,1%, com 168 mil sacas embarcadas; e El Salvador, com retração de 45,5%, com a venda de somente 80 sacas. Apenas a Colômbia reportou um crescimento de 37,5% em suas vendas, com a Costa Rica caindo 23,6%, Guatemala tendo baixa de 28,6%, Honduras retraindo 15,4%, Peru tendo oscilação negativa de 17,8% e República Dominicana tendo um montante 43,8% menor de vendas. Vários desses países registram números negativos devido à quebra de produção, por conta, principalmente da infestação de ferrugem do colmo.

As exportações brasileiras no mês de janeiro, até o dia 22,totalizaram 1.265.347 sacas de café, queda de 13,37%% em relação às 1.460.774 sacas embarcadas no mesmo período do mês anterior, de acordo com informações do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).

Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram alta de 1.928 sacas, indo para 2.679.319 sacas.

Tecnicamente, o março na ICE Futures US tem resistência 115,10, 115,50, 116,60, 117,00, 117,50, 118,00, 118,50-118,55, 119,00, 119,50,119,75, 119,90-120,00, 120,50, 121,00, 121,05, 121,50, 122,00, 122,50, 122,60,123,00, 123,50, 124,00, 124,50 e 125,00 centavos de dólar, com o suporte113,65, 113,50, 113,00, 112,50, 112,00, 111,50, 111,20, 111,00, 110,50,110,10-110,00, 109,50, 109,50, 108,50, 108,00 e 107,50 centavos.

Fonte : Agnocafe

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