Cafeicultores médios são os que mais sofrem com a crise

20/01/2014

A enquete do Notícias Agrícolas sobre a crise na cafeicultura e a real condição das lavouras brasileiras chegou ao fim depois de 30 dias no ar e com 6520 participações. As informações coletadas registraram um cenário preocupante  sobre a atividade, com um cafeicultor desestimulado e adotando medidas drásticas para reduzir custos e/ou evitar ainda mais prejuízos. Vamos aos números:

Com objetivo de traçar um perfil do produtor, perguntamos sobre o tamanho da propriedade.  31% dos que responderam as perguntas se apresentaram como cafeicultores com menos de 50 hectares e outros 53% tem áreas entre 50 e 200 hectares. Com propriedades entre 200 e 500 hectares e maior do que 500 hectares são, respectivamente, 13% e 4% dos participantes.

A enquete constatou que a maioria –  64%  –  abandonou ou erradicou suas lavouras, com objetivo de finalizar a atividade. 22% consideraram suas áreas mal cuidadas empregando apenas os tratos suficientes para manter a planta e outros 10%  participaram da enquete respondendo que receparam ou podaram suas lavouras, com objetivo de não produzir nada na próxima safra e com isso evitar os custos elevados de colheita. Apenas 5% dos participantes disseram que estão com os tratos culturais em dia.

Sobre o que vai acontecer com a área de produção, a pesquisa detectou que pelo menos 33% dos participantes devem reduzir em até 50% a área plantada. 64% vão erradicar totalmente suas lavouras e apenas 2% pretendem aumentar a produção.

Os números reforçam um sentimento generalizado entre os produtores de que a situação da cafeicultura é grave. Mesmo com a recuperação recente das cotações em relação ao final do ano passado, preços da saca de 60 kg não conseguem ir além da casa dos 120 centavos de dólar por libra peso.