Queda atinge pequenos, médios e grandes produtores

11 de novembro de 2013 | Sem comentários Análise de Mercado Mercado

10/11/2013 12:08

Fernando Natálio

A crise no setor cafeeiro atingiu desde o pequeno até o grande produtor em Minas Gerais, passando pelo médio. E a perspectiva dos agricultores é que o cenário piore ainda mais em 2014, com uma esperada supersafra e a manutenção do alto custo para cuidar das lavouras, principalmente com a compra de insumos e adubos.

Em Araguari, o produtor Antonio Gussoni disse que a situação só não está pior porque ele intercala culturas, como a de vagem, couve-flor e berinjela, em parte do espaço da plantação de café. “Se dependesse apenas do café, estaria começando a quebrar”, afirmou o agricultor, que tem uma pequena produção em uma área de 14,3 hectares e atua no setor há 40 anos.

Na microrregião de Patrocínio (MG), os reflexos da crise, iniciada em 2012 e intensificada em 2013, também são apontados pelos cafeicultores. Segundo o médio produtor Helvécio Sebastião Batista, que cultiva café em uma propriedade de 90 hectares em Serra do Salitre, nem mesmo um leilão de 3 milhões de sacas de café feito pelo governo federal em setembro para regular o mercado e remunerar o agricultor surtiu efeito. “Esses problemas farão aqueles com lavouras mais velhas e produtividade menor migrarem para outras culturas.”
Eduardo Marra, dono de uma propriedade de 380 hectares em Patrocínio, também verificou prejuízo com a crise. “O preço médio de venda da saca do grão tem ficado em torno de R$ 240, mas temos o café de varrição, aquele que cai e tem redução de qualidade, que é comercializado por R$ 180, e piora nossa situação”, afirmou o cafeicultor, que atua no setor há 15 anos e tem utilizado recursos da criação de gado e de cavalos manga-larga para compensar as perdas.

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