Secretário defende abertura de novos mercados e mais divulgação do café

11 de novembro de 2013 | Sem comentários Origens Cafeeiras Produção
Por: Correio de Uberlândia

10/11/2013 12:22

 

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A crise enfrentada pelos cafeicultores mineiros pode ser amenizada com medidas emergenciais, como a prorrogação da dívida feita por eles nos últimos anos com empréstimos obtidos em instituições federais como o Banco do Brasil, mas não resolvida, segundo o secretário estadual de Agricultura, Elmiro Nascimento. Para ele, a solução passa por medidas mais abrangentes e duradouras, como a abertura de novos mercados no exterior, entre eles, a China.

Elmiro Nascimento diz que compra de café por parte do governo federal ajudaria cafeicultores   (Foto: Divulgação)

Elmiro Nascimento diz que compra de café por parte do governo federal ajudaria cafeicultores (Foto: Divulgação)

Ainda de acordo com o chefe da pasta, também é necessário destacar a sustentabilidade presente na produção estadual do grão, para elevar sua venda e permitir a recuperação de seu valor. “Além disso, vejo como caminho para atingir esses objetivos a realização de uma campanha publicitária maciça, dentro e fora do país, que mostre a qualidade do café arábica brasileiro, com ênfase no cultivado em Minas. E a realização de estoque de café, com o governo federal comprando parte da produção”, disse Nascimento.

O secretário também afirmou que existe a expectativa de que nos próximos dias a presidente Dilma Roussef anuncie a realização de leilões de equalização de preços (Pepro) com o objetivo de comercializar 10 milhões de sacas de café. Para Marcelo Queiroz, presidente da Associação dos Cafeicultores da Região de Patrocínio (Acarpa), a medida pode regular o mercado. “Essa quantidade ajudará a remunerar o cafeicultor”, afirmou o produtor, que cultiva o grão em Patrocínio, no Alto Paranaíba, município líder no ranking nacional de produtores de café, com 1,1 milhão de sacas colhidas em 2012, conforme a Pesquisa Agrícola Municipal, divulgada no fim de outubro pelo IBGE.

CORREIO INfografia

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O provável anúncio do governo também agrada Lázaro Rangel dos Santos, cafeicultor em Araguari, no Triângulo Mineiro, que produziu 400 mil sacas de 60 kg do grão em 2012. Segundo ele, a operação, que hoje custaria R$ 2,5 bilhões (considerando o valor médio atual de R$ 250 por saca), acirraria o mercado e consequentemente elevaria os preços. “O ideal é que o governo garantisse um valor mínimo de venda para os agricultores. Para isso, ele deveria promover a compra por valores praticáveis, de R$ 300 a saca, por exemplo, caso os produtores não conseguissem essa margem”, disse.

A reportagem do CORREIO de Uberlândia solicitou à Presidência da República, por meio de sua assessoria de imprensa, informações sobre a possível adoção de medidas de apoio ao setor, como a compra do grão, mas, até o fechamento desta edição não houve resposta.

Marcelo Queiroz, presidente da Acarpa, acredita que leilão poderá melhorar receita do setor (Foto: Cleiton Borges)

Marcelo Queiroz, presidente da Acarpa, acredita que leilão poderá melhorar receita do setor (Foto: Cleiton Borges)

Grão é cultivado em 600 municípios

Líder na produção de café no Brasil, responsável por 51,4% da safra nacional, Minas Gerais tem uma safra estimada para 2013 de 25 milhões de sacas. A produção ocorre em área que soma 1,1 milhão de hectares em 104 mil propriedades, distribuídas por 600 dos 853 municípios do Estado, que conta com quatro regiões produtoras: Sul de Minas (47%), Zona da Mata (30,7%), Cerrado Mineiro (19%) e Chapada de Minas, que conta com regiões como a dos vales do Jequitinhonha e Mucuri (3,3%).

O setor cafeeiro representa o principal produto do agronegócio mineiro e o segundo item mais importante da pauta de exportações do Estado. Em 2012, as vendas externas do café produzido em Minas somaram US$ 3,8 bilhões, equivalentes a 48% das vendas internacionais de todo o agronegócio mineiro.

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