Funcafé financia caso do solúvel na OMC

De São Paulo

23 de março de 2006 | Sem comentários Comércio Mercado Interno
Por: Valor Economico

As indústrias brasileiras de café solúvel poderão usar recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) para custear parte do processo que pretendem abrir contra a União Européia na Organização Mundial do Comércio (OMC). A UE impôs em janeiro uma taxa de 9% para a entrada do produto brasileiro no bloco.


Ontem, os representantes da cadeia do café – produtores e indústrias (de solúvel e torrado e moído) – autorizaram durante a reunião do Conselho Deliberativo da Política Cafeeira (CDPC) que o Funcafé libere recursos para bancar um eventual processo.


As indústrias também receberam o apoio de empresas que apenas exportam solúvel. “Se entrarmos com o processo na OMC, teremos recursos de R$ 500 mil do Funcafé. O restante será bancado pelas indústrias e exportadoras de solúvel”, disse Mauro Malta, diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics). “O setor está pressionando para que o governo entre com o processo”.


Segundo Malta, a Câmara de Comércio Exterior (Camex) analisa no momento se o processo contra a UE será levado adiante. Ele afirmou que em 20 dias a Camex terá uma posição sobre o caso. “A liberação dos recursos do Funcafé está condicionada à posição da Camex em relação à abertura do processo contra a OMC”, ressaltou o dirigente.


As indústrias de solúvel questionam o novo Sistema Geral de Preferências (SGP) da UE, que excluiu o café solúvel do Brasil de isenção de tarifas desde janeiro deste ano. O bloco impôs taxação de 9% para o café do país. O SGP é um regime de benefícios comerciais concedidos pelos países desenvolvidos às nações mais pobres. Malta alega que os principais concorrentes do Brasil, como Colômbia e os países da América Central, foram beneficiados pela isenção de tarifas.


Na mesma reunião do CDPC, a cadeia produtiva discutiu o plano de safra do café para 24 meses. Hoje o Conselho Monetário Nacional (CMN) deverá analisar se aprova o orçamento de R$ 1,57 bilhão para custeio e comercialização da safra 2006/07. Também será colocada em votação a aprovação de R$ 60 milhões para a equalização da taxa de juros do Funcafé, de 9,5% ao ano. (MS)

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