Produtores de café conilon contestam 3ª estimativa de safra

18 de outubro de 2013 | Sem comentários Análise de Mercado Mercado

Enquanto o documento aponta decréscimo de 15,46% na variedade, cafeicultores registram perdas de mais de 30%


A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) divulgou em setembro a terceira estimativa de safra de café 2013. As pesquisas indicam um decréscimo de 6,44% na produção geral do Espírito Santo, que deve colher 11.697 mil sacas de 60kg do produto beneficiado, sendo 3.486 mil para o arábica e 8.211 mil para o tipo conilon. Os volumes apresentam um crescimento de 24,99% para o arábica e um decréscimo de 15,46% para o conilon. Mesmo assim, produtores rurais de Jaguaré, maior produtor de conilon do Estado, contestam os valores estimados para a variedade.


Segundo um levantamento, mobilizado pelo Sindicato Rural de Jaguaré, feito com cerca de 70 produtores rurais do município, as perdas devem ultrapassar os 30%. “Nossa situação foi ainda mais agravada pelo clima, pois tivemos chuvas quando precisávamos de sol e vice-versa. Temos produtores que perderam o aproveitamento de quase toda a área plantada e nos municípios vizinhos a situação não é muito diferente. Além disso, o preço pago pela saca do produto ainda está baixo e não é suficiente para suprir os custos da produção”, declara o presidente do Sindicato, Elder Sossai de Lima.


A dificuldade na colheita e os baixos preços pagos levam o produtor a continuar cada vez mais endividado. “Na última colheita perdi 70% dos 90 hectares de área plantada que possuo. Mesmo investindo no melhoramento da lavou a situação não evoluiu muito. A esperança que resta é conseguir renegociar as dívidas com os bancos e ter um aumento no preço pago pelo nosso produto, pois para um produto que já chegou a custar R$ 300 reais a saca os atuais R$ 225 reais ainda não compensam”, conta o produtor rural, Inácio Briorchi.


Com perda de 48% dos 75 hectares de área plantada, o produtor José Silvano Bizi teme pelo futuro do cafeicultor do norte do Estado. “Em ano de alta bienalidade era comum se retirar até mais de 7 mil sacas e no anos de baixa até 5 mil. Mas, na última colheita, mesmo com adubagem e melhoramento da lavoura me surpreendi ao ver que mal consegui retirar 3 mil sacas da minha lavoura. Para trabalha com outras atividades no campo ainda se tem alternativas para tentar fugir da crise, mas no meu caso é do café que retiro o sustento. Se a próxima safra não melhorar, não sei o que fazer”, aponta Bizi.


Além das dificuldades na colheita, os produtores acreditam que os problemas no setor cafeeiro estão se refletindo também no adubo. “Há quase 10 anos o Sindicato Rural realiza em nosso município a cotação do adubo e pela primeira vez não estamos tendo o volume mínimo para realizar a cotação. Antigamente conseguíamos facilmente colher 20 mil sacas, e na última temporada recolhemos pouco mais que 2 mil”, revela Elder Sossai de Lima.

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