Na tarde da última segunda-feira (23), dirigentes de cooperativas capixabas participaram de reunião sobre contrato de opção de venda de café arábica, oferecido pelo Governo. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) irá realizar, no próximo dia 27, o terceiro leilão de Contratos de Opção para o café. Serão ofertados mais 10 mil opções. Cada contrato refere-se a 100 sacas de café arábica (seis toneladas). O total somado dos três leilões irá abranger três milhões de sacas de café de 60kg, com preços de R$ 343,00 cada e exercício da opção para março de 2014.
O encontro, promovido pelo Sistema OCB-Sescoop/ES, contou com a participação do superintendente do Sistema, Carlos André Santos de Oliveira; do superintendente Regional da Conab no Estado, Bricio Alves dos Santos Júnior; da deputada federal Rose de Freitas, do secretário de Estado da Agricultura, Enio Bergoli; e do presidente do Incaper, Evair Vieira de Melo.
Durante o encontro, também foi discutida a questão do Funrural, que por não ser praticado por muitos empresários de forma correta, acaba gerando uma concorrência desleal no mercado do café. Também foi levantado o debate sobe a AGF (Aquisições do Governo Federal), uma modalidade de leilão que ainda não é praticada. Sobre esses dois temas, a deputada federal Rose de Freitas compromete-se em agendar uma reunião, em Brasília, com os Ministros da Agricultura, Previdência e a Receita Federal do Brasil.
Sobre o leilão de contrato de opção para o café, poderão participar da operação os produtores rurais de café arábica e suas cooperativas. Eles deverão estar devidamente cadastrados na Bolsa de Mercadorias, Cereais e/ou de Futuros e possuírem, na data de realização do leilão, cadastro em situação regular no Sistema de Cadastro Unificado de Fornecedores (SICAF), entre outras exigências.
Confira os depoimentos
Superintendente do Sistema OCB-Sescoop/ES, Carlos André Santos de Oliveira
“Diante do baixo preço praticado no mercado na compra do café arábica, entendemos que o contrato de opção de venda é uma modalidade que beneficia nossos cooperados cafeicultores. Essa reunião foi importante para que os dirigentes das cooperativas pudessem esclarecer todas as dúvidas em relação a essa modalidade de contrato e para que participem de forma segura no leilão. Agradecemos a participação de todos e, de forma especial, ao secretário de Estado de Agricultura, Enio Bergoli, à deputada federal Rose de Freitas, ao Presidente do Incaper Evair de Melo e ao superintendente Regional da CONAB no Estado, Bricio Alves.”
Bricio Alves dos Santos Júnior, Superintendente Regional da Conab no Estado
“Esse momento é ímpar. O momento em que o Governo Federal, por meio da Conab, está disponibilizando esse contrato de opção, uma garantia de comercialização com preço altamente remunerador, uma vez que o mercado está operando muito em baixa. O governo está garantindo o futuro do produtor, garantindo a renda para o pequeno produtor.”
Rose de Freitas, Deputada Federal
“Estamos vivendo uma crise muito grande na cafeicultura e não é uma coisa abstrata, é uma coisa concreta que envolve trabalho, a mão de obra, a sobrevivência dos cafeicultores. Neste momento, em que estamos na OCB, tratamos de forma objetiva esse problema de como que nós podemos ajudar os produtores a participarem desse leilão, com preço melhor do que eles conseguem no mercado. Ou seja, como podemos organizar os cafeicultores para que eles possam participar desse leilão e ter uma resposta econômica da sua demanda e não a desistência, a falência, a inadimplência, o prejuízo da cafeicultura. Então, vamos começar a caminhar. Neste momento não dá para fazer tudo, mas com certeza dá para organizar para um momento seguinte. Porque essa crise não está acabando, está iniciando e tenho certeza de que essa união pode fazer uma força a favor do cafeicultor e dar a ele uma resposta que possa pelo menos atenuar seu sofrimento em relação a sua produção.”
Marcus Magalhães, Presidente do Sindicato dos Corretores de Café do Espírito Santo, Diretor Financeiro da Federação do Comércio e blogueiro no Gazeta Online na área do café
“É muita proveitosa essa reunião. O Espírito Santo precisa ter um sistema cooperativo forte com identidade forte, não podemos ficar refém de um ou dois. O futuro da agricultura do Espírito Santo passa diretamente por um sistema cooperativo forte. Essa união que foi demonstrada aqui hoje é o primeiro passo para o Espírito Santo ser realmente reconhecido a nível nacional como potência agrícola que é. Tendo todo o meu aval e consideração
Pedro Carnielli, Presidente da Pronova
Acho muito interessante um encontro como esse. Na verdade, nós da Pronova já estamos acompanhando e já fizemos alguns contratos. Mas estamos preocupados, porque poucos estão participando. Acho uma opção interessante, uma modalidade de aquisição de equilíbrio de oferta e procura muito interessante, porque não há obrigatoriedade de entregar o café. Mas o mais interessante dessa reunião é a gente organizar um pouco mais nosso setor. Com as presença da deputada Rose de Freita, do secretário de Estado da Agricultura e do Sistema OCB/ES, acredito que podemos nos organizar melhor e aproveitar melhor as oportunidades. Acho que essa opção já é alguma coisa, mas ainda falta uma política séria para o setor cafeeiro”.
Pedro Antônio, Diretor de Produção e Comercialização da Coocafé
“Essa reunião foi ótima, foi muito esclarecedora. Sabemos que podemos entregar o café, que podemos usar essa opção de vender o café para o Governo. Ficou muito barato o preço por saca para entregar o café. Então, estamos garantindo o preço do café com um custo muito barato. Ficou claro que devemos fazer, devemos praticar. A Conab deixou claro que vai nos atender, vai fazer a prévia da amostra. Ficou claro que podemos levar isso para os nossos produtores e fazer tudo com muita mais ênfase agora. Parabenizo a OCB por mais esse evento.”
Carlos Renato Alvarenga Theodoro, presidente da Cafesul
“Essas reuniões são importantes porque precisamos exercitar essas discussões. Além do que foi tratado sobre os contratos, discutimos outros assuntos importantes para as cooperativas. Toda a oportunidade que temos para discutir a política do café é importante. A nossa cooperativa é voltada para o Conilon, mas fiz questão de vir porque dentro dessa discussão já surgem outros assuntos que interessam para nós. Essa compra do café minimiza o problema e para o produtor do arábica é um preço muito bom. Considero que ela é positiva. Mas acredito que devemos ter uma política de médio e longo prazo para o setor cafeeiro, e não imediatista.”
Fonte: OCB/ES Com informações de www.conab.gov.br em 24/09/2013