Tendências, inovação e sustentabilidade na pauta do segundo dia do 10º Congresso Brasileiro de Marketing Rural


22/08/2013, Equipe Sou Agro

 

Cristina Rappa


Cristina Rappa

Luis Lara: “Temos que criar marcas que o consumidor conheça, goste e em que confie”


Nesta terça-feira (20), seu segundo e último dia, o 10o Congresso Brasileiro de Marketing Rural e Agronegócio, realizado pela Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio (ABMR&A) em São Paulo, reuniu especialistas em publicidade, marketing e comunicação, que abordaram, em apresentações e debates com o público as tendências do setor, especialmente em uma ambiente de uso crescente das redes sociais, entre outros temas.


Luiz Lara, da Lew Lara/TBWA, agência responsável pela recente campanha da Friboi, defendeu que o campo brasileiro, pela sua importância e benefícios à economia e sociedade, precisa ser mais valorizado e ter mais marketing e comunicação. “Sendo criativo e usando as novas plataformas de mídia”, aconselhou.


O publicitário lembrou da criação da marca Sadia, que, mesmo na crise por que a empresa passou recentemente, não deixou de vender, porque “a dona de casa conhecia, gostava e confiava”. “Temos que criar marcas no agronegócio que o consumidor conheça, goste e em que confie”, enfatizou, pedindo mais exposição às marcas do agro, como recentemente fizeram as campanhas do Etanol, Sadia, Friboi.


Falando sobre o fenômeno das mídias sociais no Brasil, segundo maior usuário do Facebook, por exemplo, Lara falou da importância do setor também usar essa plataforma, que conecta as pessoas com as marcas.


No final, citou a campanha Sou Agro, classificando-a como “uma iniciativa muito boa”. Para ele, comunicação não vive só de inovação e criatividade, mas também de persistência. “Para fazer um bordão pegar, temos que acreditar e insistir nele. O trabalho tem ser contínuo e retroalimentado; e verdadeiro, para o consumidor acreditar”, ensinou.


Origem


José Luiz Tejon, da consultoria TCA e coordenador do núcleo de agronegócio da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), aproveitou para apontar como o uso do marketing sensorial e da rastreabilidade de produtos podem ser importantes ferramentas para que o agronegócio agregue valor a seus produtos e deixe de ser apenas um produtor de commodities.


“O consumidor final está cada vez mais preocupado com sustentabilidade e a origem dos alimentos. Quando você uma história para contar, mostrar a origem é inteligente e vendedor”, aconselhou, lembrando o exemplo de Shungi Nishimura, fundador da centenária empresa de máquinas agrícolas Jacto, que tinha missão, visão e valores, e “sempre captou a mudança antes”.


Manter o compromisso com o homem do campo, cooperativismo, a crescente presença de mulheres nas empresas do agro, e a importância dos cientistas do setor que, após o farmacêutico, é o que mais investe em ciência e tecnologia, sugeriu: “Por que não colocar o jovem da geração Y para conversar com os cientistas das empresas?”


Sustentabilidade


Sou Agro - Congresso - Sonia e Beatriz, da Braskem
A comunicação da sustentabilidade deve estar ligada à missão da empresa e que ela assuma um compromisso público, e que seja mensurável e comprovável, para ter credibilidade, foram os conselhos das executivas Sonia Chapman e Beatriz Luz (foto), da Braskem, empresa criada a partir da Oderbrecht e Petrobras e que inovou ao lançar um polietileno a partir da cana-de-açúcar, uma fonte renovável, em alternativa ao petróleo. Hoje este material é usado em embalagem de iogurtes, sabonetes, defensivos agrícolas e protetores solares e identificado com o selo I’m Green.


O jornalista Julio Cargnino, diretor de conteúdo do Canal Rural, falou do desafio de construir conteúdo com credibilidade e relevância e em que as marcas estejam integradas. “Publicidade e conteúdo andam juntas. Se não há credibilidade com relação ao conteúdo do veículo, nenhum anunciante vai colocar sua marca lá. “Investimento constante em conteúdo é o nosso mantra”, diz.


Interação entre as mídias sociais e a plataforma tradicional de conteúdo também é importante, na opinião do diretor do Canal Rural, informando que a maior parte do público do portal chega a ele página no Facebook do canal. “Mídias sociais não funcionam sozinhas, funcionam como um hub de produção, impulsionando as outras”, concluiu.


E, para encerrar, o publicitário Eduardo Fischer, apresentou idéias de eventos para o setor, reunindo especialistas e atraindo os jovens.


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